terça-feira, 10 de julho de 2012

História da Projeciologia


Desde quando ocorre a experiência fora do corpo?
A experiência da consciência fora do corpo humano constitui fenômeno antigo e universal, de todas as épocas, raças e povos, mesmo daqueles considerados “não intelectualizados”, atrasados ou selvagens. Encontrada nas primeiras narrativas da antiguidade clássica, na antiguidade bíblica, egípcia e babilônica, nas crônicas sacras do Oriente.
Há lendas, a partir dos tempos pré-históricos, falando de homens sábios cujas almas deixavam seus corpos humanos e se comunicavam com os deuses.

Poderia citar alguns povos antigos que falavam da experiência fora do corpo?
Em cada um dos grandes clássicos da cultura antiga, a projeção consciente foi conhecida, inclusive pelos antigos povos de Israel, Pérsia e Índia.
A começar pelas culturas mais primitivas, as consciências dos homens vêm praticando rituais a fim de sair do corpo denso. No antigo Egito (5004-3064 A. C.) se prestava o culto aos mortos através do Kha, o duplo, o que hoje chamamos psicossoma.
Durante séculos, os antigos gregos buscaram a senda da iluminação íntima através das cerimônias do templo de Elêusis, onde se sentiam renascer espiritualmente depois de participarem de rituais – tido como sagrados – por dias e dias seguidos.

A história da projeciologia passou por quais períodos?
A História da Projeciologia pode ser dividida em 4 períodos distintos:
1.      O período antigo.
2.      O período esotérico.
3.      O período exotérico.
4.      O período laboratorial.

Quando ocorreu o período antigo da projeciologia?
O primeiro período histórico, antigo ou empírico da Projeciologia, inicia-se com a própria humanidade e termina no fim do Século XIV. Foram registradas na mitologia das sociedades primitivas, permanecendo ainda no folclore de muitas nações, em templos diversos, desde as religiões tribais de todas as civilizações terrestres.

O que caracterizou mais o período antigo?
Eis 3 características do período antigo:
1.      Iniciações. Nesta fase, as projeções conscienciais lúcidas se escondiam sob a denominação genérica de iniciações, permanecendo energeticamente restritas ao recesso dos templos, em todas as religiões – tanto as simples, primitivas, quanto as desenvolvidas, ainda atuais – envolvidas em seus processos a profundas conootações místicas, em parte como recurso até de sobrevivência física e social de seus próceres (fiéis, seguidores, profitentes, confrades).
2.      Perseguições. Neste período, naturalmente, quem produzia a experiência da projeção consciencial lúcida, em muitos casos, sofria a pressão do fanatismo vigente, sendo rotulado de tresloucado ou demente e acusado de feitiçaria.
3.      Condenação. Os atos parapsíquicos em geral, classificados como práticas espúrias, eram rotineira e severamente condenados, conforme se constata nestas 5 passagens do próprio texto da Bíblia:

Feiticeiras. As feiticeiras e os magos deviam ser sumariamente executados (Êxodo, XXII:18).
Parapsiquismo. Os exercícios das faculdades parapsíquicas eram taxativamente proibidos (Levítico, XIX:26).
Desterros. Os animistas e e os médiuns (sensitivos) militantesforam execrados e desterrados (Deuteronômio, XVIII:10).
Profetas. Os profetas e os pressagiadores eram sumariamente expulsos dos lugares onde apareciam (II Reis, XXI:6).
Livros. Os livros sobre magia, o animismo e o parapsiquismo foram exemplarmente queimados, às vistas do público, em autos de fé (Atos, XIX:19).

Quando ocorreu o período esotérico da projeciologia?
O segundo período histórico da Projeciologia, esotérico ou pré-científico, vai desde o Século XV até o Século XIX.

 O que é a palavra esotérico?
O vocábulo esotérico, como se sabe, significa tudo o que exige, para ser compreendido, uma iniciação limitada a um reduzido círculo de pessoas (segregacionismo, discriminação, sectarismo, facciosismo, elitismo, corporativismo fetal).

O que mais caracterizou o período esotérico?
Eis as características que mais marcaram este período:

Sonegação. Foi caracterizada pelo aspecto prejudicial de forte sonegação de informações adequadas, a seu respeito, perante o público em geral (povão).
Fascínio. Preso a ignorância sobre condutas eficazes na produção voluntária, o fenômeno projetivo foi encoberto sempre sob espessa cortina de fumaça, sendo mantido como instrumento de dominação política, através do fascínio místico das massas pelo espírito medieval obscurantista, reflexo de séculos - ou talvez seria mais correto escrever milênios – anteriores.
Escondimento. O tema das projeções conscientes eram mantido escondido, criminosamente vedado ao grande público circulando apenas por estreitíssimos corredores de informação.
Reacionarismo. Sob a ação de poderosíssimas legiões reacionárias, surgiram nesta fase, como nunca, perseguições implacáveis aos sensitivos(as) e projetores(as), a caça generalizada às bruxas, notadamente em toda a Europa, e o predomínio de crendices, dogmas, preconceitos, supertições, tabus e tradições errôneas.
Monopólio. Os métodos empregados para se projetar conscientemente através dos séculos e das gerações sucessivas, neste período esotérico, foram mantidos interditados ao escrutínio do grande público, seguindo uma política ortodoxa, monopolizadora, segregacionista e de casta.
Política. Tal política, calcada na censura, na sonegação de informações e no encobrimento intencional dos fatos, permitia que se abafasse a verdade, proibindo os adeptos e iniciados de falar em público sobre as suas experiências projetivas, e estes jamais diziam nem registravam tudo o que experimentavam e sabiam a respeito dos fenômenos parapsíquicos.
Ocultismo. Até aquela época, os ensinamentos sobre as projeções conscientes ficavam na sombra, em obstinado silêncio, detrás da muralha do segredo, de posse apenas dos fervorosos adeptos autistas do esoterismo (oriental e ocidental), ou ocultismo, nas sociedades herméticas, fechadas em torno dos seus membros, que sempre tiveram repugnância em fazer proselitismo e divulgar seus conhecimentos.
Repressão. Na verdade, a revelação eliminaria a repressão (doutrinação, condicionamentos, lavagem subcerebral, sacralização, coerção intelectual) na sociedade e o espírito segregacionista e discriminatório que mantinham coesos os iniciados em torno dos mesmos princípios, à semelhança das formas de controle social, recompensas ou punições que ajudam a preservar, salvaguardar, mascarar e reforçar o sistema de desigualdades ou as normas de qualquer outra sociedade intrafísica, atrasada em geral.

Quais personalidades marcaram esta fase?
Eis 2 projetores que marcaram a história da projeciologia:
1.      Say. Primeiro, o ministro americano, Quaker, Tomas Say (1709-1796), que deixou relatado, em detalhes, uma projeção consciente produzida quando estava em estado de coma, em 1726.
2.      Swedenborg. A segunda marca na história da Projeciologia no Século XVIII, devemos ao filósofo, teólogo, e também vidente sueco, Emanuel Swedenborg (1688-1772). Foi o precursor da Projeciologia, o maior projetor consciente que surgiu até aquela época, pioneiro no recebimento das mensagens de consciexes ou amparadores. Na condição de autor deixou numerosos volumes com relatos de suas experiências, notadamente os “Diarii Spirituallis” (5 volumes), nos quais narra muitas de suas projeções conscientes, iniciadas em 1745 e que se estenderam em séries contínuas até 1765.

Quando ocorreu o período exotérico da projeciologia?
O terceiro período histórico, exotérico, ou inicial-científico da Projeciologia, estende-se de 1905 até 1965.

O que é exoterismo?
O que é passível de ser ministrado ao grande público e não somente a um grupo seleto de alunos (diz-se de ensino).

O que mais caracterizou este período?
Caracterizou este período:
Demistificação. Caracterizou-se o período pela abertura, ou exoterismo, do relativo conhecimento do fenômeno da projeção consciente ao grande público, desmistificando o assunto já caracterizado, a esse tempo, pela expresssão projeção astral.
Metapsíquica. Esta fase foi o ínicio das projeções induzidas pelo magnetismo animal produzidas pelos pesquisadores da escola francesa de Paris, Hector Durville (1848-1923) e Charles Lancelin (1852-1941), e a popularização ou democratização da projeção consciente através das suas experiências individuais, melhor recebidas pelas mentalidades abertas, e relatadas em dezenas de obras de profunda significação e autenticidade.
Parapsicologia. Aqui terminou a Metapsíquica e teve ínicio a Parapsicologia, a partir do Concresso de Ultrecht, Holanda, em 1953.

Quais personalidades marcaram esta fase?
1.      Primeiro: as projeções conscientes, constatadas publicamente, de Vincent Newton Turvey (1873-1912, na Inglaterra.
2.      Segundo: as clarinadas originais de alerta de Prescott Farnsworth Hall, em 1916, nos Estados Unidos da América.
3.      Terceiro: a publicação da experiência de Hugh Callaway (1886-1949), sob o pseudônimo de Oliver Fox, novamente na Inglaterra, em 1920.
4.      Quarto: Johannes E. Hohlemberg, dinamarquês, que comunicou seus experimentos projetivos pessoais ao Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas, em Copenhague, Dinamarca, em 1921, e até hoje, em geral, esquecido.
5.      Quinto: Sylvan Joseph Muldoon (1903-1971), a começar de 1929, nos Estado Unidos da América. Em 1929 lança a obra que tornou o maior clássico, mais técnico quanto ao tema: “A Projeção do Corpo Astral” (juntamente, co-autoria, com Hereward Hubert Lavington Carrington).
6.      Sexto: Um livro de Marcel Louis Fohan (“Yram”), na França.
7.      Sétimo: os trabalhos minuciosos de Robert Crookall, notadamente de 1960 a 1965, na Inglaterra.

Quando ocorreu o período laboratorial da projeciologia?
O quarto e último período histórico da projeciologia seria o contemporâneo, iniciado por Charles Theodore Tart em 1966, este período estende até a época atual.

Quem foi Charles Theodore Tart?
Pesquisador que realizou a primeira tentativa de retirar a projeção consciente do âmbito restrito dos experimentos individuais para o recesso do laboratório, efetuando experiências co a jovem projetora, até hoje desconhecida do público, Miss Z.

O que ocorreu nesta fase?
Nesta fase, a projeção astral foi recunhada eufemisticamente como OBE (Out-of-the-body experience), experiência fora do corpo humano, ou projeção da consciência para fora do corpo físico, denominação menos romântica, utilizada hoje por muitos parapsicólogos e introduzida nos laboratórios sofisticados do mundo científico pela Parapsicologia.
Ocorre em consequência, a intensificação das pesquisas estatísticas de opinião pública sobre o assunto e fenômenos correlatos, o uso de instrumentação laboratorial mais sofisticada, desde mapas, gráficos e tabelas, passando pelos medidores de reações epidérmicas (BSR e GSRs), o eletrencefalógrafo (EEG), eletrocardiógrafo (ECG), eletro-opticógrafo (EOG), o fotoplestimógrafo com base digital e polígrafos diversos, até chegar aos intercomunicadores, cassetes, videoscassetes, disquetes, CD-ROMs e demais recursos afins da informática.

Quais as perspectivas deste período e por que é considerado um período importante?
O período laboratorial acena com perspectivas reamente otimistas e animadoras para oferecer a humanidade terrestre esforços novos em direção a uma síntese e maior compreensão dos fatos estabelecidos pela Projeciologia, com inúmeras consequências positivas que se projetam pelos séculos vindouros.
Há de se considerar 2 aspectos nas pesquisas parapsíquicas:
1.      Casos. Os casos parapsíquicos espontâneos são importantes na medida em que fornecem indícios (ou pistas) para a experimentação laboratorial.
2.      Experimentos. Os experimentos laboratoriais são significativos porque demonstram, sob diferentes condições, o que de fato vem ocorrendo (fatos) na experiência humana.

Referência bibliográfica: Projeciologia pag. 57-61, 73-75.