Desde
quando ocorre a experiência fora do corpo?
A experiência da consciência fora do
corpo humano constitui fenômeno antigo e universal, de todas as épocas, raças e
povos, mesmo daqueles considerados “não intelectualizados”, atrasados ou
selvagens. Encontrada nas primeiras narrativas da antiguidade clássica, na
antiguidade bíblica, egípcia e babilônica, nas crônicas sacras do Oriente.
Há lendas, a partir dos tempos
pré-históricos, falando de homens sábios cujas almas deixavam seus corpos
humanos e se comunicavam com os deuses.
Poderia
citar alguns povos antigos que falavam da experiência fora do corpo?
Em cada um dos grandes clássicos da
cultura antiga, a projeção consciente foi conhecida, inclusive pelos antigos
povos de Israel, Pérsia e Índia.
A começar pelas culturas mais
primitivas, as consciências dos homens vêm praticando rituais a fim de sair do
corpo denso. No antigo Egito (5004-3064 A. C.) se prestava o culto aos mortos
através do Kha, o duplo, o que hoje
chamamos psicossoma.
Durante séculos, os antigos gregos
buscaram a senda da iluminação íntima através das cerimônias do templo de
Elêusis, onde se sentiam renascer espiritualmente depois de participarem de
rituais – tido como sagrados – por dias e dias seguidos.
A
história da projeciologia passou por quais períodos?
A História da Projeciologia pode ser
dividida em 4 períodos distintos:
1.
O
período antigo.
2.
O
período esotérico.
3.
O
período exotérico.
4.
O
período laboratorial.
Quando
ocorreu o período antigo da projeciologia?
O primeiro período histórico, antigo ou
empírico da Projeciologia, inicia-se com a própria humanidade e termina no fim
do Século XIV. Foram registradas na mitologia das sociedades primitivas,
permanecendo ainda no folclore de muitas nações, em templos diversos, desde as
religiões tribais de todas as civilizações terrestres.
O
que caracterizou mais o período antigo?
Eis 3 características do período antigo:
1.
Iniciações. Nesta fase, as
projeções conscienciais lúcidas se escondiam sob a denominação genérica de iniciações, permanecendo energeticamente
restritas ao recesso dos templos, em todas as religiões – tanto as simples, primitivas, quanto as desenvolvidas, ainda atuais – envolvidas
em seus processos a profundas conootações místicas, em parte como recurso até
de sobrevivência física e social de seus próceres (fiéis, seguidores,
profitentes, confrades).
2.
Perseguições. Neste período,
naturalmente, quem produzia a experiência da projeção consciencial lúcida, em
muitos casos, sofria a pressão do fanatismo vigente, sendo rotulado de
tresloucado ou demente e acusado de feitiçaria.
3.
Condenação. Os atos parapsíquicos
em geral, classificados como práticas espúrias, eram rotineira e severamente
condenados, conforme se constata nestas 5 passagens do próprio texto da Bíblia:
Feiticeiras.
As
feiticeiras e os magos deviam ser sumariamente executados (Êxodo, XXII:18).
Parapsiquismo.
Os
exercícios das faculdades parapsíquicas eram taxativamente proibidos (Levítico,
XIX:26).
Desterros.
Os
animistas e e os médiuns (sensitivos) militantesforam execrados e desterrados
(Deuteronômio, XVIII:10).
Profetas.
Os
profetas e os pressagiadores eram sumariamente expulsos dos lugares onde
apareciam (II Reis, XXI:6).
Livros.
Os
livros sobre magia, o animismo e o parapsiquismo foram exemplarmente queimados,
às vistas do público, em autos de fé (Atos, XIX:19).
Quando
ocorreu o período esotérico da projeciologia?
O segundo período histórico da Projeciologia,
esotérico ou pré-científico, vai desde o Século XV até o Século XIX.
O que é a palavra esotérico?
O vocábulo esotérico, como se sabe,
significa tudo o que exige, para ser compreendido, uma iniciação limitada a um
reduzido círculo de pessoas (segregacionismo, discriminação, sectarismo,
facciosismo, elitismo, corporativismo
fetal).
O
que mais caracterizou o período esotérico?
Eis as características que mais marcaram
este período:
Sonegação. Foi
caracterizada pelo aspecto prejudicial de forte sonegação de informações
adequadas, a seu respeito, perante o público em geral (povão).
Fascínio. Preso a
ignorância sobre condutas eficazes na produção voluntária, o fenômeno projetivo
foi encoberto sempre sob espessa cortina de
fumaça, sendo mantido como instrumento de dominação política, através do
fascínio místico das massas pelo espírito medieval obscurantista, reflexo de
séculos - ou talvez seria mais correto escrever milênios – anteriores.
Escondimento.
O
tema das projeções conscientes eram mantido escondido, criminosamente vedado ao
grande público circulando apenas por estreitíssimos corredores de informação.
Reacionarismo.
Sob
a ação de poderosíssimas legiões reacionárias, surgiram nesta fase, como nunca,
perseguições implacáveis aos sensitivos(as) e projetores(as), a caça generalizada
às bruxas, notadamente em toda a
Europa, e o predomínio de crendices, dogmas, preconceitos, supertições, tabus e
tradições errôneas.
Monopólio.
Os
métodos empregados para se projetar conscientemente através dos séculos e das
gerações sucessivas, neste período esotérico, foram mantidos interditados ao
escrutínio do grande público, seguindo uma política ortodoxa, monopolizadora,
segregacionista e de casta.
Política. Tal política,
calcada na censura, na sonegação de informações e no encobrimento intencional
dos fatos, permitia que se abafasse a verdade, proibindo os adeptos e iniciados
de falar em público sobre as suas experiências projetivas, e estes jamais
diziam nem registravam tudo o que experimentavam e sabiam a respeito dos
fenômenos parapsíquicos.
Ocultismo.
Até
aquela época, os ensinamentos sobre as projeções conscientes ficavam na sombra,
em obstinado silêncio, detrás da muralha do segredo, de posse apenas dos
fervorosos adeptos autistas do esoterismo (oriental e ocidental), ou ocultismo,
nas sociedades herméticas, fechadas em torno dos seus membros, que sempre
tiveram repugnância em fazer proselitismo e divulgar seus conhecimentos.
Repressão.
Na
verdade, a revelação eliminaria a repressão (doutrinação, condicionamentos, lavagem subcerebral, sacralização,
coerção intelectual) na sociedade e o espírito segregacionista e
discriminatório que mantinham coesos os iniciados em torno dos mesmos
princípios, à semelhança das formas de controle social, recompensas ou punições
que ajudam a preservar, salvaguardar, mascarar e reforçar o sistema de
desigualdades ou as normas de qualquer outra sociedade intrafísica, atrasada em
geral.
Quais
personalidades marcaram esta fase?
Eis 2 projetores que marcaram a história
da projeciologia:
1.
Say. Primeiro, o
ministro americano, Quaker, Tomas Say
(1709-1796), que deixou relatado, em detalhes, uma projeção consciente
produzida quando estava em estado de coma, em 1726.
2.
Swedenborg. A segunda marca
na história da Projeciologia no Século XVIII, devemos ao filósofo, teólogo, e
também vidente sueco, Emanuel Swedenborg (1688-1772). Foi o precursor da
Projeciologia, o maior projetor consciente que surgiu até aquela época,
pioneiro no recebimento das mensagens de consciexes ou amparadores. Na condição
de autor deixou numerosos volumes com relatos de suas experiências, notadamente
os “Diarii Spirituallis” (5 volumes), nos quais narra muitas de suas projeções
conscientes, iniciadas em 1745 e que se estenderam em séries contínuas até 1765.
Quando
ocorreu o período exotérico da projeciologia?
O terceiro período histórico, exotérico,
ou inicial-científico da Projeciologia, estende-se de 1905 até 1965.
O
que é exoterismo?
O que é passível de ser
ministrado ao grande público e não somente a um grupo seleto de alunos (diz-se
de ensino).
O
que mais caracterizou este período?
Caracterizou este período:
Demistificação.
Caracterizou-se
o período pela abertura, ou exoterismo, do relativo conhecimento do fenômeno da
projeção consciente ao grande público, desmistificando o assunto já
caracterizado, a esse tempo, pela expresssão projeção astral.
Metapsíquica.
Esta
fase foi o ínicio das projeções induzidas pelo magnetismo animal produzidas
pelos pesquisadores da escola francesa de Paris, Hector Durville (1848-1923) e
Charles Lancelin (1852-1941), e a popularização ou democratização da projeção
consciente através das suas experiências individuais, melhor recebidas pelas
mentalidades abertas, e relatadas em dezenas de obras de profunda significação
e autenticidade.
Parapsicologia.
Aqui
terminou a Metapsíquica e teve ínicio a Parapsicologia, a partir do Concresso
de Ultrecht, Holanda, em 1953.
Quais
personalidades marcaram esta fase?
1.
Primeiro: as projeções
conscientes, constatadas publicamente, de Vincent Newton Turvey (1873-1912, na
Inglaterra.
2.
Segundo: as clarinadas
originais de alerta de Prescott Farnsworth Hall, em 1916, nos Estados Unidos da
América.
3.
Terceiro: a publicação da
experiência de Hugh Callaway (1886-1949), sob o pseudônimo de Oliver Fox,
novamente na Inglaterra, em 1920.
4.
Quarto: Johannes E.
Hohlemberg, dinamarquês, que comunicou seus experimentos projetivos pessoais ao
Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas, em Copenhague,
Dinamarca, em 1921, e até hoje, em geral, esquecido.
5.
Quinto: Sylvan Joseph
Muldoon (1903-1971), a começar de 1929, nos Estado Unidos da América. Em 1929
lança a obra que tornou o maior clássico, mais técnico quanto ao tema: “A
Projeção do Corpo Astral” (juntamente, co-autoria, com Hereward Hubert
Lavington Carrington).
6.
Sexto: Um livro de
Marcel Louis Fohan (“Yram”), na França.
7.
Sétimo: os trabalhos
minuciosos de Robert Crookall, notadamente de 1960 a 1965, na Inglaterra.
Quando
ocorreu o período laboratorial da projeciologia?
O quarto e último período histórico da
projeciologia seria o contemporâneo, iniciado por Charles Theodore Tart em
1966, este período estende até a época atual.
Quem
foi Charles Theodore Tart?
Pesquisador que realizou a primeira
tentativa de retirar a projeção consciente do âmbito restrito dos experimentos
individuais para o recesso do laboratório, efetuando experiências co a jovem
projetora, até hoje desconhecida do público, Miss Z.
O
que ocorreu nesta fase?
Nesta fase, a projeção astral foi
recunhada eufemisticamente como OBE (Out-of-the-body
experience), experiência fora do corpo humano, ou projeção da consciência
para fora do corpo físico, denominação menos romântica, utilizada hoje por
muitos parapsicólogos e introduzida nos laboratórios sofisticados do mundo
científico pela Parapsicologia.
Ocorre em consequência, a intensificação
das pesquisas estatísticas de opinião pública sobre o assunto e fenômenos
correlatos, o uso de instrumentação laboratorial mais sofisticada, desde mapas,
gráficos e tabelas, passando pelos medidores de reações epidérmicas (BSR e
GSRs), o eletrencefalógrafo (EEG), eletrocardiógrafo (ECG), eletro-opticógrafo
(EOG), o fotoplestimógrafo com base digital e polígrafos diversos, até chegar
aos intercomunicadores, cassetes, videoscassetes, disquetes, CD-ROMs e demais
recursos afins da informática.
Quais
as perspectivas deste período e por que é considerado um período importante?
O período laboratorial acena com
perspectivas reamente otimistas e animadoras para oferecer a humanidade
terrestre esforços novos em direção a uma síntese e maior compreensão dos fatos
estabelecidos pela Projeciologia, com inúmeras consequências positivas que se
projetam pelos séculos vindouros.
Há de se considerar 2 aspectos nas
pesquisas parapsíquicas:
1.
Casos. Os casos
parapsíquicos espontâneos são importantes na medida em que fornecem indícios
(ou pistas) para a experimentação laboratorial.
2.
Experimentos. Os experimentos
laboratoriais são significativos porque demonstram, sob diferentes condições, o
que de fato vem ocorrendo (fatos) na experiência humana.
Referência
bibliográfica:
Projeciologia pag. 57-61, 73-75.