Andréa
Nascimento
Cada lugar tem diversas características que o fazem
diferente de outro. Na multidimensionalidade, ou seja, nas dimensões
intrafísica e extrafísicas, também há características que as diferem uma da
outra.
Na dimensão intrafísica na qual hoje vivemos e onde atuamos
com o corpo físico, dependendo do lugar onde moramos, podemos ver paisagens
rurais ou urbanas. Tais paisagens podem servir de referências na nossa vida
quando viajamos para uma outra região ou quando nos projetamos para outras
dimensões extrafísicas.
Quando nos projetamos para fora do nosso corpo,
experimentamos a projeção consciente e, muitas vezes, atravessamos diversos
sítios que podem ser diferentes ou parecidos com o nosso lugar de morada. Esta
situação de reconhecimento do local no extrafísico pode nos dar um senso de
orientação quando queremos chegar em algum lugar situado no intrafísico, mesmo
nos movimentando no extrafísico.
O fato de estarmos preocupados com alguma pessoa que
conhecemos e que está morando distante pode ser um reforço a nossa viagem
extrafísica. Podemos visitá-la e identificar na sua cidade ou campo uma
geografia que lhe confere ser o lugar em que a pessoa necessitada de
assistência vive. Mesmo sem nunca ter estado no lugar em que o seu conhecido
vive, a sua experiência da projeção consciente e a identificação de uma
paisagem geográfica do lugar podem servir de constatação tanto para você como
para o seu conhecido de que houve realmente uma visita ao local.
Outro fato interessante é o de nos percebermos no
extrafísico em local perto ou distante da nossa casa e reconhecermos o lugar,
mesmo que este apresente algumas diferenças na dimensão extrafísica. Uma praia
conhecida e frequentada por nós no intrafísico pode se apresentar diferente no
extrafísico e, mesmo assim, nós a reconhecemos como a praia do intrafísico. O
que acontece, geralmente, é que naquele determinado local parageográfico
(geografia extrafísica) há uma concentração de consciências, sejam elas
intrafísicas ou extrafísicas, que por algum motivo são levadas ou atraídas para
esse lugar modificado pelo holopensene (conjunto de pensamentos, sentimentos e
energias).
As viagens extrafísicas ou as experiências fora do corpo
podem servir de aliadas à promoção da assistência na multidimensionalidade. A
parageografia pode nos oferecer referências para a nossa localização, sabermos
se estamos em local perto da dimensão intrafísica ou bem distante em local
totalmente diferente do que já vimos nesta dimensão intrafísica.
A consciência intrafísica que se esforça a ter projeções
conscientes assistenciais pode passar por diversas experiências riquíssimas
para a sua vida, pois ela pode exercitar a saída do egocentrismo e do
sociocentrismo. Ao vivenciar experiências de projeções pela
multidimensionalidade afora, perceberá que existem diversos lugares singulares
e consciências também diferentes daquelas com que convive, o que a ajudará a
desenvolver sentimentos altruístas em relação a tudo e a todos, reforçando o
aparecimento natural de respeito a toda consciência, aos seus costumes e culturas,
bem como as diversas formas de cada um perceber e ver o seu mundo, a sua
realidade.
A consciência intrafísica assistencial, experimentadora
da multidimensionalidade, poderá experimentar várias oportunidades ímpares que
ampliem seus horizontes, promovam a flexibilidade em suas atitudes ou modos de
pensar e abram novas fronteiras ao conhecimento e à vivência extrafísica.
Os relatos e trocas de experiências e o exercício de
colocar-se no lugar do outro constituem oportunidades auto e
heteroassistenciais que surgem no trilhar da consciência que se dispõe a
conhecer a realidade geográfica da multidimensionalidade.
Andréa Nascimento é pedagoga,
pesquisadora e voluntária da Intercampi.
Fonte: Site da Intercampi, postada em
24/Dezembro de 2009.
http://intercampi.org/2009/12/24/artigo-a-importancia-da-geografia-na-multidimensionalidade/