quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vontade: Megapoder da consciência



Leuzene Salgues
            Vontade, segundo o dicionário Houaiss, é a faculdade de querer, de escolher, de decidir entre alternativas possíveis. É uma força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, a atingir os seus fins ou desejos. Pode ser compreendida como ânimo, determinação, firmeza, disposição, empenho, interesse, entre outros.
            A força interior pode ser direcionada para um foco patológico, desfavorável à evolução, por exemplo, vontade de fumar, vontade de agredir alguém, vontade de comer além do necessário, vontade de roubar, entre outros. Em contrapartida, pode ser sadia e direcionada às decisões mais maduras, ao modo de vontade de aprender, vontade de evoluir, vontade de ajudar a outras consciências.
            A vontade pode ficar apenas no campo abstrato do desejo ou pode ser manifesta em ações concretas. Para tanto, a consciência necessita da iniciativa pessoal, da condição de propor, empreender e/ou realizar qualquer coisa útil ou renovadora, utilizando o próprio livre arbítrio, a autodeterminação.
            É possível verificar o nível da própria vontade pela observação pessoal em situações cotidianas, por exemplo, cumprir dieta alimentar; fazer ginástica sem precisar da presença de companhias; utilizar as lentes de contato sem se irritar até adaptar-se; ou ter paciência de montar um puzzle de mil peças.
            Para a Conscienciologia, a vontade é um atributo mentalsomático da consciência, considerado como o único megapoder de fato, por ser a força que permite à consciência viver com autodomínio, mantendo o autocontrole sobre os próprios sentidos e sendo autossuficiente naquilo que realiza.
            Nas atuações inteligentes da consciência, a vontade determinada torna-se inevitável e insubstituível desde que ela recicle continuamente a sua automotivação para o desenvolvimento produtivo da própria existência, ou seja, a sua autoevolução lúcida.
            Uma consciência pode ter muitos talentos e não se sentir motivada e com vontade de evoluir, no entanto, qualquer movimento consciencial necessita de energia. A vida no planeta Terra é uma existência essencialmente energética e a vontade é a usina das energias. Sem vontade não se chega a lugar nenhum.
            Não há evolução consciencial sem vontade e sem autoassistência. A consciência que deseja de fato amadurecer e ter mais discernimento precisa aprender a corrigir os surtos de imaturidade pela mudança íntima, reciclagem intraconsciencial, ou seja, renovação de pensamentos e sentimentos que contribuirão para a aquisição de um maior nível de lucidez e mudanças de atitude diante de si e dos outros.
            Dentre as oportunidades de reciclagem intraconsciencial está a experiência fora do corpo, projeção consciente, que descortina para a consciência projetada a sua realidade consciencial. A vontade inquebrantável é a ferramenta valiosa que conduz à autoconscientização multidimensional, ou possibilita a vivência das experiências extrafísicas.
            O sucesso evolutivo, a mudança para melhor, implica em persistência pessoal gerada e mantida pela força da vontade inquebrantável que auxilia a consciência a enfrentar, na vida prática, todo tipo de obstáculos e, principalmente, superar posturas arraigadas, tradicionais, herdadas de valores sociais que impedem a consciência de ter ações libertárias rumo ao alcance de um discernimento mais amplo.
            A disponibilidade pessoal para a evolução evidencia maior e mais madura inteligência porque viemos a este Planeta para aprendermos a servir uns aos outros e vivenciar a interassistência. Como servir aos outros sem estar disponível, arranjar tempo e oportunidade?
            A extensão e profundidade da disponibilidade pessoal dependem do discernimento, boa intenção e principalmente da vontade de servir às boas causas. Por isso, é necessário desenvolver uma vontade madura, menos egoica, uma vez que ela é o instrumento que possibilita à consciência conquistar novos patamares de autoconhecimento e maturidade, essenciais à interassistencialidade fraterna e cosmoética.
Leuzene Salgues é pedagoga, voluntária e pesquisadora do INTERCAMPI.

Fonte: Site da Intercampi postada em 24/junho de 2010.
http://intercampi.org/2010/06/24/artigo-vontade-megapoder-da-consciencia/

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ser assistencial


Iara Suassuna
            O ato de assistir, ajudar, socorrer, atender e auxiliar é relativamente simples, podendo ser exercitado em pequenas ações, de acordo com nossos princípios e valores. No entanto, para algumas pessoas uma ação simples como doação de sangue parece uma realidade ainda distante. Esse é o panorama das relações sociais hoje, no tangente à cooperação e à solidariedade, ainda tão incipiente neste planeta hospital-escola.
            Desde as mínimas ações de civilidade e boas maneiras até as ações solidárias de cooperação sincera e fraterna entre as pessoas, são raras as iniciativas. Poderemos então, refletir sobre o nosso posicionamento frente a essa realidade? Qual a nossa disponibilidade íntima, desejo ou interesse de nos tornarmos seres assistenciais?
            Há uma tendência egocêntrica de atuarmos, frequentemente, em prol de nossos próprios interesses, ou em algumas situações até com interesse assistencial, desde que as pessoas envolvidas sejam do nosso ciclo familiar ou social. A assistência desprovida de interesse egocêntrico é uma atitude a ser desenvolvida rumo ao altruísmo inevitável, ante a aquisição de maior nível de maturidade consciencial. O amadurecimento é fruto da compreensão de que a assistência interconsciencial madura é condição indispensável para a evolução.
            De acordo com a Assistenciologia, especialidade da Conscienciologia aplicada as técnicas de amparo e auxílio interassistencial, a assistência é sinônimo de partilha, acontece de modo espontâneo, sem esperar reconhecimento ou recompensa.
            A assistência realizada pode ser primária, relacionada às necessidades básicas humanas, exigindo menor esforço, chamada de Tarefa da Consolação, ou pode ser avançada, focada no esclarecimento mais amplo, com emprego do discernimento e cosmoética em prol da ajuda efetiva quanto a evolução consciencial das demais consciências, chamada de Tarefa do Esclarecimento, sendo esta modalidade de efeito mais duradouro e promotora do desenvolvimento da autonomia no assistido.
            O assistente do esclarecimento não tem mais necessidades de pedir para si e não mais posterga suas responsabilidades porque passa a atuar através do exemplarismo de suas condutas autocríticas. Seja nas tarefas assistenciais primarias ou nos desafios evolutivos da tarefa do esclarecimento, a assistência não escolhe dia, hora ou local. O assistente deve está sempre pronto a atuar de acordo com suas potencialidades.
            Há uma lei básica na assistencialidade embasada no principio que, o menos doente, mais experiente, ajuda o mais doente, menos experiente. Desse modo, tem sempre alguém a quem podemos ajudar, bem como podemos ser assistidos em algum aspecto consciencial.
            Com a dinamização da comunicação, efeito do mundo globalizado, ninguém teve antes, neste planeta, tantas oportunidades de contatos interpessoais capazes de dinamizar a própria evolução através das possibilidades assistenciais. Essas oportunidades de ajudar os demais podem surgir impostas pelo contexto da própria vida humana e de circunstâncias grupocármicas ou geradas pela vontade e determinação da consciência.
            Vale a pena o aprofundamento na autopesquisa e o investimento na melhoria dos seus desempenhos maduros, ampliando cada vez mais a compreensão da relação evolução-assistência.
            Portanto, leitor, não espere estar totalmente preparado para assistir, comece hoje, observando as demandas do mundo em volta, as oportunidades de ser assistencial serão muitas.
Iara Suassuna é psicóloga e voluntária do INTERCAMPI.

Fonte: Site da Intercampi postada em 13/maios 2010.
http://intercampi.org/2010/05/13/artigo-ser-assistencial/

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Binômio admiração-discordância


Ana Cláudia Prado
            O binômio admiração-discordância, de acordo com a Conscienciologia, ciência que estuda a consciência (ego, personalidade, alma, espírito, eu, entre outros) de modo mais amplo e integral, considerando que a mesma, com seus múltiplos veículos de manifestação consciencial, obtém experiências decorrentes de várias existências, seja nesta e em outras dimensões, é a postura da consciência, madura quanto à evolução consciencial, que já sabe viver em coexistência pacífica com a outra consciência, de quem gosta e a quem admira, e, ao mesmo tempo, com a qual não concorda sempre, ou 100%, quanto aos pontos de vista, opiniões ou posicionamentos pessoais.
            O termo binômio surgiu em 1803, é derivado do idioma Grego, dis, “duas vezes”; e nome, “parte, divisão”. É a expressão composta pelo confronto entre duas idéias capazes de levar à expansão da cognição, conhecimento e percepção. Compreende-se também como entrelaçamento cognitivo entre expressões compostas.
            Entende-se por admiração uma ação ou um resultado de admirar ou admirar-se, ou ainda, um sentimento de estima, orgulho ou simpatia por alguém. Já a discordância é a ação ou efeito de discordar de situações onde aparecem diferenças de opiniões, a falta de harmonia, enfim, há uma nítida incompatibilidade de pontos de vista. Há alguém de quem você discorda e que admira muito?
            Sabendo conviver pacificamente com o outro pelo binômio admiração-discordância, a consciência, em seu grupo, torna-se um exemplo de senso universalista, antissectarismo. Sai da condição de vítima para a condição de arrimo interconsciencial assistencial. É a consciência que serve de apoio, auxílio na evolução ou nas renovações das outras consciências do seu grupo de convivência. Para ela, o prioritário da convivência em grupo é fazer assistência em razão da autolucidez quanto à evolução consciencial.
            Por outro lado, colocar em prática este binômio não é tarefa fácil. Admirar e discordar ao mesmo tempo, estar lúcido quanto à importância da convivência pacífica para a evolução pessoal e grupal, exige da consciência uma postura madura expressada pelo abertismo e flexibilidade aos posicionamentos, ideias, pontos de vista e opiniões daqueles de quem discordamos 100%.
            Muitas vezes, por pequena discordância de ideia que uma consciência vivencie com outra, entram em conflito e proporcionam um clima desagradável na relação, o que pode se tornar um obstáculo na realização das tarefas grupais.
            As consciências mais lúcidas quanto ao processo da evolução consciencial podem sentir-se mais afinizadas com este binômio em razão do compromisso com a interassistência.
            O exercício de admirar e discordar exige abrir mão de imaturidades. Com o tempo, promove uma reflexão profunda sobre si mesmo e resulta em reciclagens íntimas de natureza emocional, energética e de ideias a respeito tanto do outro quanto de si mesmo, auxiliando nas reconciliações entre as partes e na reeducação dos processos das interrelações, possibilitando um convívio mais sadio e pró-evolutivo.
            A consciência mais atilada quanto à autopesquisa (estudo de si mesmo) percebe que as mudanças pessoais acontecem de forma cosmoética, respeitando sempre o nível de maturidade. Nada acontece de uma hora para outra. O esforço pessoal com discernimento, e é fundamental para o desenvolvimento deste binômio.
            A Conviviologia, especialidade da Conscienciologia que estuda a relação entre as consciências e suas consequências holocármicas e evolutivas, ressalta que a aplicabilidade deste binômio dinamiza as interrelações conscienciais no grupo evolutivo, seja na família, no trabalho, na escola ou em instituições sociais, porque a pessoa começa a interagir mais com o outro, a quem admira e de quem discorda, sem apriorismos ou julgamentos e, com o tempo, ajuda a compreender o outro e a conhecê-lo melhor.
            A discordância é salutar para o crescimento do grupo e para renovações, do contrário é rigidez. Só admirar não é uma postura pacífica e não é garantia de que a consciência fique mais produtiva e que amplie a interassistência. A consciência que só discorda não percebe as contribuições que a outra pode exprimir e não concede que a outra a admire.
            No universo da Proexologia, ciência que estuda a Proéxis ou programação de vida, para a execução satisfatória da proéxis, é preferível o exercício do binômio admiração-discordância, e permitir que a consciência trabalhe junto a outra, a apenas discordar e impossibilitar a convivência  e continuar sem gostar da outra, interferindo no seu trabalho e, ainda, não aproveitar a oportunidade para fazer a reconciliação.
            Como medida profilática, vale a pena não esperar um desentendimento crítico ou uma desavença mais séria para vivenciar este binômio, e sim fazer uma reflexão e identificar os pontos de admiração e discordância das pessoas com as quais convivemos com mais proximidade e investir na vivência da postura pacífica do binômio admiração-discordância.
            Questionamento: Você já consegue viver, no dia-a-dia, o binômio admiração-discordância?
Ana Cláudia Prado é Psicopedagoga, professora e pesquisadora voluntária da Conscienciologia

Fonte: Site da Intercampi postada em 8/abril de 2010.
http://intercampi.org/2010/04/08/artigo-binomio-admiracao-discordancia/

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Preservação ambiental: construção coletiva


Andréa Nascimento
            Os acontecimentos históricos marcantes no mundo, até pouco tempo antes da globalização de informações, eram restritos ao local do feito, podendo ser num país ou cidade, ou mesmo entre países como no caso do descobrimento do Brasil, da Primeira e Segunda Grandes Guerras Mundiais. Estes acontecimentos, na maioria das vezes, estavam relacionados a festas religiosas, fundações de vilas e cidades, descoberta de novas regiões, demarcações territoriais, migração de povos, dominação de uma nação sobre outra e competição entre países por algum tipo de poder, fosse ele comercial, econômico, religioso, territorial, tecnológico ou científico.
            A exposição destes acontecimentos ilustra um modo de pensar fragmentado, ingênuo e egoísta por parte da humanidade. Também da nossa parte, uma vez que de alguma forma contribuímos para este tipo de comportamento. Recebemos as informações fragmentadas e continuamos fragmentando-as. Nosso pensamento foi estimulado para um pensar fragmentado, um pensar com limitações, barreiras e linhas imaginárias que nos separam do outro e do mundo. Portanto, um dos desafios da humanidade, atualmente, é encontrar meios para sairmos dessa fragmentação e partirmos para uma visão de totalidade, criticidade e fraternismo entre todos os seres do Universo.
            Apesar da desarticulação pela falta de informação, estamos vivendo um momento histórico mundial, em que pessoas de diversos lugares do planeta estão se mobilizando em defesa da vida. Há pouco tempo, em meados do século XX, alguns estudiosos, pesquisadores e professores começaram a trazer as suas preocupações e a levantar questionamentos sobre a poluição ambiental, a quantidade de lixo produzida, as derrubadas, a devastação das florestas e o quanto estas atitudes poderiam trazer prejuízos à vida de todos.
            O olhar diferenciado dos estudiosos, pesquisadores e simpatizantes contribuíram para a denúncia e divulgação das atitudes agressivas realizadas por nós, seres humanos, contra o planeta, foi um marco na história da humanidade. A partir daí, começou-se a fomentar e a reunir diferentes países de diversas partes do mundo em prol da preservação do meio ambiente, consequentemente, a possibilidade de um novo pensar de totalidade, ou seja, a tentativa de saída da fragmentação.
            Assim, o avanço das novas tecnologias teve sua participação benéfica na divulgação das atitudes egoístas dos homens e as catástrofes causadas pela sua falta de respeito e responsabilidade planetária. O desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação (jornal, rádio, televisão e, por último, internet), favoreceu o desenvolvimento do pensamento crítico, porque os meios de divulgação rápidos e eficientes ajudaram na formação do pensamento globalizado, crítico e, quem sabe, fraterno.
            Neste sentido, estes meios de comunicação foram relevantes para que pudéssemos ter acesso a essas informações e para que começássemos também a promover uma sensibilização que atingisse a humanidade, levando-a a reflexão e a reunião de diversas nacionalidades para discutir sobre assuntos em prol da preservação ambiental.
            Hoje, percebemos a falta de uma educação de qualidade no que diz respeito à educação ambiental, ainda estamos muito precários em termos de recursos favoráveis ao desenvolvimento da conscientização ambiental no planeta. Precisamos pensar juntos com a sociedade e com os nossos representantes governamentais sobre as políticas públicas que pretendem ser as mais eficientes e necessárias à construção deste nível de consciência.
            No INTERCAMPI, instituição de educação e pesquisa, há pesquisadores, voluntários desta instituição, interessados em Pesquisas de Práticas Ambientais Sustentáveis, visando ao fomento e o desenvolvimento de estudos e vivências práticas para a sociedade em geral. Este modo teórico e prático de pesquisas busca uma nova maneira de construirmos juntos uma compreensão acerca da nossa atuação no mundo e o compromisso de nos tornarmos mais assistenciais nos lugares em que nos manifestamos.
            Diante disto, podemos dizer que temos a oportunidade de desenvolvermos um trabalho em grupo e, assim, pensarmos numa construção coletiva sobre um pensar de totalidade, crítico e fraterno possível a nossa atuação diária, minimizando o impacto de nossas ações no Universo.
Andréa Nascimento é pedagoga e pesquisadora do INTERCAMPI.

Fonte: Site da Intercampi, postada em 25/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/25/artigo-preservacao-ambiental-contrucao-coletiva/

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Dissonância cognitiva e autoconhecimento


Leuzene Salgues
            A teoria da dissonância cognitiva foi proposta pelo Professor Leon Festinger, na década de 50, para ilustrar a maneira como lidamos com as nossas incoerências e o desconforto psicológico que elas produzem. A tendência inicial é a pessoa incoerente buscar explicações, justificativas e racionalizações para o seu comportamento.
            Um exemplo é o fumante que sabe de todos os prejuízos que o fumo acarreta e continua a fumar. Justifica o tamanho prazer que o ato de fumar lhe causa, debocha das possibilidades de perigo à saúde ante a vulnerabilidade da própria vida ou comenta que engordará se deixar de fumar.
            Vale salientar que as pessoas nem sempre são bem sucedidas em suas tentativas de explicações e racionalizações a que recorrem para eliminar as incoerências internas. Ao fracassar nas justificativas pessoais, a incoerência continua a existir e a denúncia dessa situação acarreta um grande desconforto psicológico.
            Para Festinger, há duas hipóteses básicas. A primeira é que a existência da incoerência ou dissonância cognitiva e o incômodo psicológico que ela provoca motivam a pessoa a procurar reduzí-la na busca de realizar coerência ou consonância. E a segunda é que, quando a dissonância se manifesta, a pessoa, além de procurar reduzí-la, evita situações e informações que possam aumentar o nível de dissonância.
            Uma questão é essencial: por que as pessoas continuam apresentando dissonâncias cognitivas, fazendo coisas que não se ajustam ao que elas já sabem, ou mantendo opiniões que não coadunam com outras, expressas por elas mesmas?
            No cotidiano, as dissonâncias podem ocorrer por simples falta de informação ou conhecimentos atualizados sobre algo. Elas podem ocorrer por inconsistência lógica, por hábitos culturais, quando se impõe formar uma opinião sobre algo, tomar uma decisão ou por experiências passadas. O problema a investigar é quando a dissonância e o desconforto que ela acarreta persistem.
            Para a Conscienciologia, essa situação ilustra o processo do autoengano, autocorrupção ou autossabotagem que mantém a consciência ‘protegida’ de um possível autoenfrentamento, ante os desconfortos que a incoerência lhe acarreta. Isso ocorre, muitas vezes, pela recusa ao reconhecimento em si do comportamento incoerente manifesto, como modo de preservar a autoimagem distorcida, construída de si. Noutras vezes, pela dificuldade em ‘abrir mão’ dos ganhos secundários que a postura incoerente proporciona.
            O processo de autocorrupção contribui para a manutenção da estagnação da consciência em relação ao seu processo evolutivo por não conseguir utilizar o corpo mental (mentalsoma) na aplicação do discernimento, da capacidade de discernir aquilo que realmente é útil para a sua evolução consciencial.
            No processo reflexivo e mentalsomático dos desconfortos que a incoerência provoca é imprescindível uma análise sem exacerbações emocionais, que favoreçam: as ponderações ante a situação decisória; o levantamento dos prós e contras evolutivos; o reconhecimento dos ganhos secundários mantenedores das incoerências; a identificação das carências pessoais e dos traços pessoais maduros, imaturos e faltantes, dentre outros.
            A autopesquisa, o desenvolvimento bioenergético e a manifestação consciencial em outras dimensões, pela projeção consciente, proporcionam o autoconhecimento e favorecem à consciência interessada a obtenção e manutenção de uma maior coerência e consonância com a sua realidade consciencial.
Leuzene Salgues é pedagoga, pesquisadora e voluntária da Conscienciologia.

Fonte: Site da Intercampi, postada em 18/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/18/artigo-dissonancia-cognitiva-e-autoconhecimento/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mulher: uma visão masculina


Ton Martins
            Mulher: qual a visão masculina sobre este ser tão complexo, multifacetado, de raciocínio rápido, determinado e, não raro, com múltiplas qualidades, personalidades e alterações de humor?
            A resposta está contida na própria pergunta e outra surge na sequência: que mulher está na mente masculina neste início de terceiro milênio?
            Meiga e submissa? Esta mulher já foi sonho de consumo de uma geração de homens, no tempo em que a expressão “sexo frágil” ainda não era pejorativa e que manusear um eletrodoméstico representava status no universo gineceu.
            Todavia, aqueles homens que já se distanciaram pelo menos alguns metros de nossos irmãos primatas, certamente estão buscando uma nova mulher, cujo parto deu-se em meio à revolução feminina, equivalência de direitos, computadores, internet, globalização e aquecimento global.
            Aliás, alguém falou em revolução masculina?
            De fato, as mulheres fizeram sua revolução, conquistaram o poder, o mercado de trabalho, até mesmo faculdades socialmente ousadas, como o direito à nudez e superação de outros tabus. Mulheres atuais podem ser líderes e fazer as pazes com seu “animus” interior. Devemos reconhecer, entretanto, que são óbvios certos exageros merecedores de críticas, ainda existentes entre as feministas radicais, natural em todo movimento (r) evolucionário. Não devemos usar tais exageros para menosprezar ou diminuir a importância e a cristalina legitimidade do fantástico movimento libertário do mundo feminino.
            Resta-nos, enquanto sociedade, clamar pela revolução masculina, onde este ser cheio de músculos, viril, com força presencial notável, desbravador e cheio de ideias deverá compreender que pode manifestar sentimentos mais sutis (até porque os tem) sem perder sua tão prestimosa masculinidade. Sim, homens, podemos e devemos reconhecer nossa “anima” interior serenamente, para usufruirmos de prazeres, como, por exemplo, cuidar de um filho ou filha com amor, carinho e dedicação, e continuarmos sendo homens! Esta é a nossa sonhada (r) evolução, pois se até alguns machos símios possuem tal qualidade, porque não nós, animais pensantes?
            Teorias à parte, retornaremos ao foco principal, ou seja, o que o homem moderno espera desta nova mulher?
            Não adianta negar, continuamos desejando as delícias do sexo, porém queremos algo mais, queremos uma “dupla evolutiva” que opine com serenidade e inteligência sobre problemas mundiais, comungue de ideais ou que realmente nos auxilie nas tradicionais tarefas do “macho”, como, por exemplo, prover o lar com recursos materiais. Com isso, não somente aperfeiçoaremos o tão desejado diálogo entre os sexos, como também, otimizaremos o tempo para que os seres de testosterona possam assumir certas tarefas tidas como sendo da “fêmea” humana, aliás, quesito desejado pelas mulheres modernas.
            Em suma, o homem menos “brucutu” e mais cerebral deseja uma mulher “mentalsomática”, com raciocínio lógico e evolutivo, sem que para isto este indivíduo feminino perca sua característica mais encantadora e sedutora, a própria feminilidade!
            O mais importante disto tudo é que, todos nós, homens e mulheres, tenhamos noção que, em essência, não somos “macho’ ou “fêmea”, bonitos ou feios, altos ou baixos, gordos ou magros, “ginossoma” ou “androssoma”, enfim não somos nosso corpo físico, tampouco nossas emoções ou nossos pensamentos, somos algo muito além de nossas ações ou formas masculinas ou femininas, SOMOS CONSCIÊNCIAS EM EVOLUÇÃO.
Ton Martins é advogado e pesquisador da Conscienciologia.

Fonte: Site da Intercampi, postado em 11/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/11/artigo-mulher-uma-visao-masculina/

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Evoluciologia


William Nascimento      

            Contínuo, constante, incessante e ininterrupto são sinônimos de processos que nunca param, assim como a mudança, os estímulos sensoriais, a absorção de informações e também nossos pensamentos, sentimentos e energias (pensenes). Todos estes processos fazem parte da nossa evolução.
           Vale a pena refletir: as mudanças são para melhor ou para pior? As informações recebidas são fúteis ou importantes? Os nossos pensamentos, sentimentos e energias são predominantemente positivos ou negativos? Para avaliar com bom senso e clareza o tempo todo estas questões precisamos de discernimento, reflexão e criticidade. Assim podemos acelerar nossa própria evolução, evitando erros, desvios, problemas e arrependimentos futuros.
            Ponderar sobre tudo o que ocorre em nossa vida é importante para avaliar se estamos evoluindo de fato ou se estagnamos. Tal atitude leva a prevenção da ociosidade, da acídia, e da depressão que geralmente estão relacionados a uma vida improdutiva do ponto de vista de realizações pessoais, profissionais e assistenciais. 
                Neste processo evolutivo temos indivíduos que já superaram ou que estão superando muitas dessas dificuldades, são consciências mais maduras (amparadores) que já podem auxiliar quem esta enfrentando uma situação difícil. Os amparadores, extrapolam as ideias de evolução apenas no sentido individual, eles têm objetivos magnos, e ajudam a melhorar a qualidade de vida neste planeta.
            Pensar na evolução a partir do paradigma convencional da ciência materialista, ainda é limitar a própria realidade e, consequentemente, as próprias potencialidades. Temos que levar em conta os cuidados com o corpo físico, a casa, as finanças, a profissão, afetividade e a sexualidade. Mas viver em função disso demonstra falta de autoconscientização multidimensional.
            A evolução não se limita ao nascer, crescer, reproduzir e morrer, pois a morte é apenas uma mudança de dimensão, fato comprovado por inúmeras pessoas que passaram por experiências de quase morte - EQM, ou que se projetaram para fora do corpo conscientemente (projeção, desdobramento, viagem astral). Estes fenômenos demonstram que a consciência passa por um ciclo multiexistencial conhecido popularmente pelo termo "reencarnações". 
            A grande maioria se esquece de quem foi e de onde veio após o nascimento (ressoma). Isto ocorre devido ao restringimento da consciência ao adquirir um novo corpo físico no momento da concepção. E aos poucos vai recuperando suas ideias inatas, e reconquistando sua lucidez, embora muitos tenham dificuldade por causa dos condicionamentos, robotizações da vida e lavagens cerebrais.
            É possível identificar quem já recuperou boa parte da sua lucidez. Por exemplo, aqueles indivíduos que assumem a responsabilidade pela própria evolução, que não dependem de guias, gurus, médiuns, mestres ou divindades para tomar suas decisões e levarem suas vidas. Os que sentem que tem algo a realizar e que tem um senso íntimo de que a vida não acaba com a morte biológica. As pessoas que sentem intimamente uma vontade de ajudar as pessoas. Isto já demonstra uma recuperação acentuada da autoconscientização multidimensional. Este traços de autonomia fazem com que estas pessoas se tornem referência para os outros, devido a sua maturidade consciencial.
            Os estudos sobre a evolutividade, podem ser aprofundados, no Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia - IIPC. O IIPC oferece cursos, palestras, artigos, livros e seminários de pesquisas para os interessados no estudo da consciência, de forma integral, abrange a multidimensionalidade, multiexistencialidade, as bioenergias e a ética que abarca o cosmos (cosmoética).
            William Nascimento é técnico em enfermagem, voluntario e docente do IIPC - Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, uma instituição de Educação e Pesquisa Científica, pacifista, laica, universalista, sem fins lucrativos não doutrinária, independente, que se destaca pela excelência em cursos e publicações técnico-científicas sobre as ciências Projeciologia e Conscienciologia Telefone para contato: 041-3233-5736. Maiores informações no site: www.iipc.org