Por William Nascimento
Pesquisas de Alvarado (2013, p. 158)
relatam que foi a partir do mesmerismo no século XVIII que manifestações
psíquicas tiveram a atenção do mundo acadêmico ocidental. O médico alemão Franz
Anton Mesmer (1734-1815), pesquisava uma força chamada de "magnetismo
animal", um tipo de força que controlaria o bem-estar humano. Mesmer
inicialmente tentava curar seus pacientes através de hipnose, ímãs ou objetos
magnetizados, posteriormente utilizava as próprias mãos, promovendo o
reequilíbrio e remissão de doenças. A partir dos relatos de fenômenos de
clarividência, telepatia, premonições, diagnósticos, curas dentre outros
exibidos por sujeitos mesmerizados, alguns autores como J. P. F. Deleuze
(1753-1835); Lawyer J. C. Colquhoun (1785-1854); Charles Lafontaine (1803-1892)
e Johann Heinrich Jung-Stilling (1740-1817) afirmavam existir provas suficientes
sobre a existência de uma alma imortal independente do corpo biológico (ALVARADO,
2013).
Segundo Stevenson (2007, p.150) a
partir de 1882 em Londres que estudos sistemáticos foram desenvolvidos, a
instituição responsável era a Sociedade de Pesquisa Psíquica (Society for Psychical Research - SPR) fundada
por Myers (1843-1901) e Gurney (1847-1888). Segundo Alvarado (2013) a proposta
da SPR era apresentar “uma tentativa organizada e sistemática de investigar o
grande grupo de fenômenos controversos designados por termos como mesmérico,
psíquico e espiritualista”. O autor descreve a contribuição de acadêmicos
proeminentes associados com a SPR tais como: Henry Sidgwick (1838-1900);
William Barret (1844-1925); Balfour Stewart (1828-1887); o político Arthur
Balfour (1848-1930); o psicólogo William James (1842-1910); o químico e físico
William Crookes (1832-1919); o físico Oliver Lodge (1851-1940), o fisiologista
Charles Richet (1850-1935); o filósofo Henri Bergson (1859-1941); Frank Podmore
(1856-1910).
Posteriormente foi fundada duas instituições
em 1885, a Sociedade Francesa de Pesquisa Psíquica (Société Française
pour Recherche Psychique - SFRP),
e a Associação Americana de Pesquisa Psíquica (American Society for Psychical Research) que se tornou afiliada da
Sociedade original em 1890.
A Universidade Duke fundada em
1927, também se interessou pelo que era chamado na época de campo de
investigação de fenômenos psíquicos, cujo contexto da época e demandas da
mídia se esperava encontrar evidências de vida após a morte. William McDougall e
Joseph B. Rhine criaram em 1935 um laboratório na Universidade Duke para
estudar experimentalmente tais fenômenos estabelecendo a ciência denominada de parapsicologia.
(RHINE RESERCH CENTER, 2013).
Segundo Vieira (2009, p. 88) a Parapsicologia foi reconhecida como
ciência em 1969 e admitida por 165 votos contra 30, na qualidade de membro da American Association for the Advancement of
Sciente (A. A. A. S.). A sociedade A. A. A. S, foi fundada em 1957, em New
York e conta com 200 pesquisadores de todos os ramos, em 25 países, e aceitou
oficialmente, como nova divisão sua, a filiação da Parapsychological Association (P. A), na qual figuram os mais
eminentes parapsicólogos internacionais. Tal fato equivaleu a aceitar a
Parapsicologia como sendo uma subdivisão da ciência, com os mesmos direitos
das outras subdivisões. [...] Existem funcionando, atualmente, 129 cursos
científicos ou laboratórios de Parapsicologia espalhados por todo o planeta em
instituições diversas.
O relato autobiográfico de Stevenson (2007) apontou que nos anos 60,
suas pesquisas a partir de relatos de casos individuais sobre a paranormalidade,
já eram contestados por pioneiros nos estudos da parapsicologia, eles lhe
disseram que não eram significativos, do ponto de vista científico tais
estudos eram inúteis.
Porém casos individuais de fenômenos parapsicológicos tem demonstrado o
seu valor. A prestigiada revista científica New
Scientist, realizou tempos atrás, [anterior a 2009] em iniciativa de um dos
seus editores, uma pesquisa para provar que a comunidade científica rechaçava a
existência dos fenômenos parapsicológicos. O resultado foi o oposto, e cerca de
75% dos pesquisados opinaram que estes fenômenos estavam comprovados, ou em
vias de comprovação. O que surpreendeu foi o fato de que 40% dos cientistas
pesquisados declararam que aceitavam a realidade dos fenômenos parapsicológicos
por tê-los experimentado pessoalmente (VIEIRA, 2009, p.89).
Segundo Balona (2008, p. 23-24) a
Psicologia área que há pelo menos dois séculos, vem se ocupando do estudo do
aparelho psíquico, da mente, do comportamento e da personalidade, está hoje
dividida em mais de uma centena de teorias explicativas. Contudo, até o momento
(Ano-base 2008), nenhuma delas alcançou pleno consenso em sua abordagem na
obtenção de respostas sobre a estrutura (do
que é feita?), a dinâmica (como
funciona?) e evolução (como se
desenvolve?) da consciência. A autora relata que a Projeciologia e a
Conscienciologia vêm agora para atender à uma tarefa delicada e complexa: mudar a ciência e o cientista. Para
Balona quando os fenômenos teimam em aparecer pontualmente, e continuam a
existir sem explicações satisfatórias, chegou a hora de renovar os instrumentos
de pesquisa e não de ocultar o fenômeno.
Visando atender a difícil tarefa de mudar a ciência e o cientista, Vieira propôs
a Conscienciologia, este termo foi proposto
publicamente em 1981 para
definir a nova ciência dedicada ao estudo da consciência. Partindo do princípio de que a manifestação da consciência vai além do
cérebro físico e que é independente do corpo humano.
Vieira e colaboradores fundaram em 1988 o Instituto Internacional de Projeciologia
e Conscienciologia – IIPC. Atualmente existem 15 centros educacionais espalhados
pelo Brasil e 3 no exterior. O IIPC expandiu suas especialidades abrindo posteriormente
mais 15 instituições parceiras. Em uma destas instituições parceiras o Centro de Altos Estudos da Conscienciologia - CEAEC, foi transformado em sede da Conscienciologia.
No CEAEC foi fundado em 1997 o primeiro laboratório para o pesquisador
experimentar por si mesmo algumas técnicas propostas por Vieira. Atualmente no
CEAEC existem 18 laboratórios fundados especialmente para que o pesquisador
experimente pessoalmente as dinâmicas e trabalhos parapsíquicos realizados
nestes locais.
Os auto-pesquisadores da Conscienciologia são incentivados a ter suas
experiências pessoais a partir da prática de técnicas específicas para
desenvolver o parapsíquismo. Suas experiências pessoais, rendem artigos e
livros, demonstrando que os relatos de casos individuais não são inúteis do
ponto de vista científico. O paradigma proposto por esta nova ciência tem
auxiliado inúmeras pessoas a comprovarem por si mesmos que existem outras dimensões
além da matéria, outros corpos que utilizamos para acessar tais dimensões, e que
somos resultado de várias idas e vindas pela terra.
REFERÊNCIAS
1. Alvarado, C. S.; Machado, F. R.;
Zangari, W.; Zingrone, N. L. Perspectivas
históricas da influência da mediunidade na construção de ideias psicológicas e psiquiátricas.
Revista Psiquiatria Clínica. 34, supl 1; 42-53, 2007.
2. Stevenson I. Metade de uma
carreira com a paranormalidade. Revista Psiquiatria Clínica. 34, supl 1;
150-155, 2007.
3. Alvarado, C. S. Fenômenos
psíquicos e o problema mente-corpo: notas históricas sobre uma tradição
conceitual negligenciada. Revista Psiquiatria Clínica. 2013;40(4):157-61.
4. Rhine Reserch Center. Disponível em http://www.rhine.org/who-we-are/history.html.
Acesso em: 10/04/2014)
5. Balona, M. Projeciologia: Cultura parapsíquica e autopesquisa
científica. Journal of Conscientiology, anais do 4° CIPRO- Congresso Internacional
de Projeciologia. Vol II,n°41-S, p. 9-317.
6. Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia – IIPC.
Disponível em http://www.iipc.org/sobre-o-iipc/quem-somos/.
Acesso em: 12/04/2014.
7. Centro de Altos Estudos da Conscienciologia. Disponível em http://www.ceaec.org/index.php?option=com_content&view=article&id=83&Itemid=315.
Acesso em 12/04/2014.
8. Vieira. Projeciologia, panorama das experiências da
consciência fora do corpo humano. 10 ed. Foz do Iguaçu.