Leuzene Salgues
Sabotagem é a ação ou efeito de sabotar. Significa
prejudicar de forma oculta, agindo astutamente contra algo ou alguém ou por
meio de resistência passiva.
Autossabotagem é a ação ou efeito de sabotar a si mesmo,
pela criação de armadilhas pensênicas (que envolvem pensamentos, sentimentos e
energias), impedidoras da realização das cláusulas da proéxis (programação
existencial), estabelecidas a partir dos trafores (traços-força), traços
maduros favoráveis à evolução.
Por ser elaborada a partir das potencialidades
conscienciais, toda programação existencial é realizável, ou seja, a
consciência tem condições de cumprir as cláusulas pessoais e intransferíveis,
condizentes com sua realidade consciencial e nível evolutivo.
O processo de autossabotagem pode ser um mecanismo de
defesa da consciência, como forma de não assumir as responsabilidades e
responder pelo potencial que tem. Assumir os próprios talentos, o nível de
maturidade e capacidade interassistencial implica em trabalho, em dedicação às
causas libertárias e pró-evolutivas, em disciplina e auto-organização, abrindo
mão daquilo que não serve ou impede a própria evolução.
O autossabotador torna-se um expert em desculpas e as usa como se elas
fizessem parte de sua manifestação, justificando para si e para os outros, sem
perceber as conseqüências dessa prática que o impede de ser verdadeiro. Essa
pulsão está relacionada a um rebaixamento de expectativas e proteção da
autoimagem, pelo cultivo de um sentimento de covardia que paralisa e o mantém
na zona de conforto, evitando qualquer tipo de mudança que possa parecer
ameaçadora.
Em auxílio às consciências interessadas em adquirir um
maior discernimento acerca de si mesmo, a Conscienciologia propõe que o objeto
de pesquisa básico da consciência seja ela própria, sem transferência de
responsabilidades ou autossabotagem, pela falta de fôlego ou priorização, em
função da desorganização anticosmoética e autocorrupta ou fuga pessoal.
Não é fácil viver sem autocorrupções, de modo cosmoético.
A consciência é capaz de criar as próprias armadilhas antievolutivas que
fragilizam a autoconfiança, a autoestima e a própria vontade. Por isso é
preciso aplicar a autopesquisa e verificar por si mesmo, com criticidade, a
capacidade de superar os obstáculos de cada dia e aprender a confiar em si,
minimizando a necessidade de que outros nos estimulem, ajudem ou parabenizem.
É possível encontrar pistas na própria manifestação
pensênica do processo de autossabotagem. Pensamentos e sentimentos que
demonstram os mecanismos de funcionamento da consciência podem traduzir padrões
de menos-valia, carência afetiva, medo de mudança, manutenção da autoimagem
idealizada, entre outros.
A permissão da expansão dos destemperos emocionais bloqueia a capacidade de refletir e encontrar a solução para reverter as circunstâncias. Há um boicote de si quando se estabelece limites aquém do próprio potencial e possibilidades ou quando se permite que outros imponham um jeito de ser. A autopesquisa nos ajuda a identificar o nosso “calcanhar de Aquiles”, o ponto nevrálgico que mina nossas potencialidades, o aspecto intraconsciencial que precisa ser reeducado e autossuperado.
A permissão da expansão dos destemperos emocionais bloqueia a capacidade de refletir e encontrar a solução para reverter as circunstâncias. Há um boicote de si quando se estabelece limites aquém do próprio potencial e possibilidades ou quando se permite que outros imponham um jeito de ser. A autopesquisa nos ajuda a identificar o nosso “calcanhar de Aquiles”, o ponto nevrálgico que mina nossas potencialidades, o aspecto intraconsciencial que precisa ser reeducado e autossuperado.
A vida intrafísica vale por se constituir oportunidade
evolutiva essencial à lapidação de nossos traços e ao processo de reeducação de
nossas imaturidades. Para tanto, precisamos uns dos outros porque a
interassistencialidade é indispensável à evolução. Por isso, não importa se há
outras consciências com maior ou menor fôlego quanto ao investimento evolutivo
e desenvolvimento de traços impulsionadores da evolução.
O que interessa, de fato, é ter o foco investigativo em
si e procurar entender as verdades relativas de ponta propostas pela
Conscinciologia, buscando a teática, a aplicação prática dessas ideias na
própria vida em prol da reeducação das imaturidades e reciclagem de si próprio,
sem queixas e sem deslocar a análise crítica de si, fazendo uso da autopesquisa
para o enfrentamento e superação da autossabotagem.
Leuzene Salgues é Pedagoga, pesquisadora e voluntária do
INTERCAMPI.
Fonte: Site da
Intercampi, postado em 28/janeiro de 2010.
http://intercampi.org/2010/01/28/artigo-a-autopesquisa-e-a-profilaxia-a-autossabotagem/
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