Ana Cláudia Prado
O binômio admiração-discordância, de acordo com a Conscienciologia,
ciência que estuda a consciência (ego, personalidade, alma, espírito, eu, entre
outros) de modo mais amplo e integral, considerando que a mesma, com seus
múltiplos veículos de manifestação consciencial, obtém experiências decorrentes
de várias existências, seja nesta e em outras dimensões, é a postura da
consciência, madura quanto à evolução consciencial, que já sabe viver em
coexistência pacífica com a outra consciência, de quem gosta e a quem admira,
e, ao mesmo tempo, com a qual não concorda sempre, ou 100%, quanto aos pontos
de vista, opiniões ou posicionamentos pessoais.
O termo binômio surgiu
em 1803, é derivado do idioma Grego, dis, “duas
vezes”; e nome, “parte,
divisão”. É a expressão composta pelo confronto entre duas idéias capazes de
levar à expansão da cognição, conhecimento e percepção. Compreende-se também
como entrelaçamento cognitivo entre expressões compostas.
Entende-se por admiração uma ação ou um resultado de
admirar ou admirar-se, ou ainda, um sentimento de estima, orgulho ou simpatia
por alguém. Já a discordância é a ação ou efeito de discordar de situações onde
aparecem diferenças de opiniões, a falta de harmonia, enfim, há uma nítida
incompatibilidade de pontos de vista. Há alguém de quem você discorda e que
admira muito?
Sabendo conviver pacificamente com o outro pelo binômio
admiração-discordância, a consciência, em seu grupo, torna-se um exemplo de
senso universalista, antissectarismo. Sai da condição de vítima para a condição
de arrimo interconsciencial assistencial. É a consciência que serve de apoio,
auxílio na evolução ou nas renovações das outras consciências do seu grupo de
convivência. Para ela, o prioritário da convivência em grupo é fazer
assistência em razão da autolucidez quanto à evolução consciencial.
Por outro lado, colocar em prática este binômio não é
tarefa fácil. Admirar e discordar ao mesmo tempo, estar lúcido quanto à
importância da convivência pacífica para a evolução pessoal e grupal, exige da
consciência uma postura madura expressada pelo abertismo e flexibilidade aos
posicionamentos, ideias, pontos de vista e opiniões daqueles de quem
discordamos 100%.
Muitas vezes, por pequena discordância de ideia que uma
consciência vivencie com outra, entram em conflito e proporcionam um clima
desagradável na relação, o que pode se tornar um obstáculo na realização das
tarefas grupais.
As consciências mais lúcidas quanto ao processo da
evolução consciencial podem sentir-se mais afinizadas com este binômio em razão
do compromisso com a interassistência.
O exercício de admirar e discordar exige abrir mão de imaturidades. Com o tempo, promove
uma reflexão profunda sobre si mesmo e resulta em reciclagens íntimas de
natureza emocional, energética e de ideias a respeito tanto do outro quanto de
si mesmo, auxiliando nas reconciliações entre as partes e na reeducação dos
processos das interrelações, possibilitando um convívio mais sadio e
pró-evolutivo.
A consciência mais atilada quanto à autopesquisa (estudo
de si mesmo) percebe que as mudanças pessoais acontecem de forma cosmoética,
respeitando sempre o nível de maturidade. Nada acontece de uma hora para outra.
O esforço pessoal com discernimento, e é fundamental para o desenvolvimento
deste binômio.
A Conviviologia, especialidade
da Conscienciologia que estuda a relação entre as consciências e suas
consequências holocármicas e evolutivas, ressalta que a aplicabilidade deste
binômio dinamiza as interrelações conscienciais no grupo evolutivo, seja na
família, no trabalho, na escola ou em instituições sociais, porque a pessoa
começa a interagir mais com o outro, a quem admira e de quem discorda, sem
apriorismos ou julgamentos e, com o tempo, ajuda a compreender o outro e a
conhecê-lo melhor.
A discordância é salutar para o crescimento do grupo e
para renovações, do contrário é rigidez. Só admirar não é uma postura pacífica
e não é garantia de que a consciência fique mais produtiva e que amplie a
interassistência. A consciência que só discorda não percebe as contribuições
que a outra pode exprimir e não concede que a outra a admire.
No universo da Proexologia, ciência
que estuda a Proéxis ou programação de vida, para a execução satisfatória da
proéxis, é preferível o exercício do binômio admiração-discordância, e permitir
que a consciência trabalhe junto a outra, a apenas discordar e impossibilitar a
convivência e continuar sem gostar da outra, interferindo no seu trabalho
e, ainda, não aproveitar a oportunidade para fazer a reconciliação.
Como medida profilática, vale a pena não esperar um
desentendimento crítico ou uma desavença mais séria para vivenciar este
binômio, e sim fazer uma reflexão e identificar os pontos de admiração e
discordância das pessoas com as quais convivemos com mais proximidade e
investir na vivência da postura pacífica do binômio admiração-discordância.
Questionamento: Você já consegue viver, no dia-a-dia, o binômio admiração-discordância?
Ana Cláudia Prado é Psicopedagoga,
professora e pesquisadora voluntária da Conscienciologia
Fonte: Site da
Intercampi postada em 8/abril de 2010.
http://intercampi.org/2010/04/08/artigo-binomio-admiracao-discordancia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário