Ton Martins
Mulher: qual a visão masculina sobre este ser tão
complexo, multifacetado, de raciocínio rápido, determinado e, não raro, com
múltiplas qualidades, personalidades e alterações de humor?
A resposta está contida na própria pergunta e outra surge
na sequência: que mulher está na mente masculina neste início de terceiro
milênio?
Meiga e submissa? Esta mulher já foi sonho de consumo de
uma geração de homens, no tempo em que a expressão “sexo frágil” ainda não era
pejorativa e que manusear um eletrodoméstico representava status no universo gineceu.
Todavia, aqueles homens que já se distanciaram pelo menos
alguns metros de nossos irmãos primatas, certamente estão buscando uma nova
mulher, cujo parto deu-se em meio à revolução feminina, equivalência de
direitos, computadores, internet, globalização e aquecimento global.
Aliás, alguém falou em revolução masculina?
De fato, as mulheres fizeram sua revolução, conquistaram
o poder, o mercado de trabalho, até mesmo faculdades socialmente ousadas, como
o direito à nudez e superação de outros tabus. Mulheres atuais podem ser
líderes e fazer as pazes com seu “animus” interior. Devemos reconhecer,
entretanto, que são óbvios certos exageros merecedores de críticas, ainda
existentes entre as feministas radicais, natural em todo movimento (r)
evolucionário. Não devemos usar tais exageros para menosprezar ou diminuir a
importância e a cristalina legitimidade do fantástico movimento libertário do
mundo feminino.
Resta-nos, enquanto sociedade, clamar pela revolução
masculina, onde este ser cheio de músculos, viril, com força presencial
notável, desbravador e cheio de ideias deverá compreender que pode manifestar
sentimentos mais sutis (até porque os tem) sem perder sua tão prestimosa
masculinidade. Sim, homens, podemos e devemos reconhecer nossa “anima” interior
serenamente, para usufruirmos de prazeres, como, por exemplo, cuidar de um
filho ou filha com amor, carinho e dedicação, e continuarmos sendo homens! Esta
é a nossa sonhada (r) evolução, pois se até alguns machos símios possuem tal
qualidade, porque não nós, animais pensantes?
Teorias à parte, retornaremos ao foco principal, ou seja,
o que o homem moderno espera desta nova mulher?
Não adianta negar, continuamos desejando as delícias do
sexo, porém queremos algo mais, queremos uma “dupla evolutiva” que opine com
serenidade e inteligência sobre problemas mundiais, comungue de ideais ou que
realmente nos auxilie nas tradicionais tarefas do “macho”, como, por exemplo,
prover o lar com recursos materiais. Com isso, não somente aperfeiçoaremos o
tão desejado diálogo entre os sexos, como também, otimizaremos o tempo para que
os seres de testosterona possam assumir certas tarefas tidas como sendo da
“fêmea” humana, aliás, quesito desejado pelas mulheres modernas.
Em suma, o homem menos “brucutu” e mais cerebral deseja
uma mulher “mentalsomática”, com raciocínio lógico e evolutivo, sem que para
isto este indivíduo feminino perca sua característica mais encantadora e
sedutora, a própria feminilidade!
O mais importante disto tudo é que, todos nós, homens e
mulheres, tenhamos noção que, em essência, não somos “macho’ ou “fêmea”,
bonitos ou feios, altos ou baixos, gordos ou magros, “ginossoma” ou
“androssoma”, enfim não somos nosso corpo físico, tampouco nossas emoções ou
nossos pensamentos, somos algo muito além de nossas ações ou formas masculinas
ou femininas, SOMOS CONSCIÊNCIAS EM EVOLUÇÃO.
Ton Martins é advogado e
pesquisador da Conscienciologia.
Fonte: Site da Intercampi,
postado em 11/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/11/artigo-mulher-uma-visao-masculina/
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