Andréa
Nascimento
Os acontecimentos históricos marcantes no mundo, até
pouco tempo antes da globalização de informações, eram restritos ao local do
feito, podendo ser num país ou cidade, ou mesmo entre países como no caso do
descobrimento do Brasil, da Primeira e Segunda Grandes Guerras Mundiais. Estes
acontecimentos, na maioria das vezes, estavam relacionados a festas religiosas,
fundações de vilas e cidades, descoberta de novas regiões, demarcações
territoriais, migração de povos, dominação de uma nação sobre outra e competição
entre países por algum tipo de poder, fosse ele comercial, econômico,
religioso, territorial, tecnológico ou científico.
A exposição destes acontecimentos ilustra um modo de
pensar fragmentado, ingênuo e egoísta por parte da humanidade. Também da nossa
parte, uma vez que de alguma forma contribuímos para este tipo de
comportamento. Recebemos as informações fragmentadas e continuamos
fragmentando-as. Nosso pensamento foi estimulado para um pensar fragmentado, um
pensar com limitações, barreiras e linhas imaginárias que nos separam do outro
e do mundo. Portanto, um dos desafios da humanidade, atualmente, é encontrar
meios para sairmos dessa fragmentação e partirmos para uma visão de totalidade,
criticidade e fraternismo entre todos os seres do Universo.
Apesar da desarticulação pela falta de informação,
estamos vivendo um momento histórico mundial, em que pessoas de diversos lugares
do planeta estão se mobilizando em defesa da vida. Há pouco tempo, em meados do
século XX, alguns estudiosos, pesquisadores e professores começaram a trazer as
suas preocupações e a levantar questionamentos sobre a poluição ambiental, a
quantidade de lixo produzida, as derrubadas, a devastação das florestas e o
quanto estas atitudes poderiam trazer prejuízos à vida de todos.
O olhar diferenciado dos estudiosos, pesquisadores e
simpatizantes contribuíram para a denúncia e divulgação das atitudes agressivas
realizadas por nós, seres humanos, contra o planeta, foi um marco na história
da humanidade. A partir daí, começou-se a fomentar e a reunir diferentes países
de diversas partes do mundo em prol da preservação do meio ambiente,
consequentemente, a possibilidade de um novo pensar de totalidade, ou seja, a
tentativa de saída da fragmentação.
Assim, o avanço das novas tecnologias teve sua
participação benéfica na divulgação das atitudes egoístas dos homens e as
catástrofes causadas pela sua falta de respeito e responsabilidade planetária.
O desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação (jornal, rádio,
televisão e, por último, internet), favoreceu o desenvolvimento do pensamento
crítico, porque os meios de divulgação rápidos e eficientes ajudaram na formação
do pensamento globalizado, crítico e, quem sabe, fraterno.
Neste sentido, estes meios de comunicação foram
relevantes para que pudéssemos ter acesso a essas informações e para que
começássemos também a promover uma sensibilização que atingisse a humanidade,
levando-a a reflexão e a reunião de diversas nacionalidades para discutir sobre
assuntos em prol da preservação ambiental.
Hoje, percebemos a falta de uma educação de qualidade no
que diz respeito à educação ambiental, ainda estamos muito precários em termos
de recursos favoráveis ao desenvolvimento da conscientização ambiental no
planeta. Precisamos pensar juntos com a sociedade e com os nossos
representantes governamentais sobre as políticas públicas que pretendem ser as
mais eficientes e necessárias à construção deste nível de consciência.
No INTERCAMPI, instituição de educação e pesquisa, há
pesquisadores, voluntários desta instituição, interessados em Pesquisas de
Práticas Ambientais Sustentáveis, visando ao fomento e o desenvolvimento de
estudos e vivências práticas para a sociedade em geral. Este modo teórico e
prático de pesquisas busca uma nova maneira de construirmos juntos uma
compreensão acerca da nossa atuação no mundo e o compromisso de nos tornarmos
mais assistenciais nos lugares em que nos manifestamos.
Diante disto, podemos dizer que temos a oportunidade de
desenvolvermos um trabalho em grupo e, assim, pensarmos numa construção
coletiva sobre um pensar de totalidade, crítico e fraterno possível a nossa
atuação diária, minimizando o impacto de nossas ações no Universo.
Andréa Nascimento é
pedagoga e pesquisadora do INTERCAMPI.
Fonte: Site da
Intercampi, postada em 25/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/25/artigo-preservacao-ambiental-contrucao-coletiva/
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