Alexandre Pereira
A
Conscienciologia possui uma especialidade chamada Assistenciologia que visa o
estudo e o desenvolvimento de técnicas para realizar assistência, ajuda ou
auxílio para si próprio e principalmente para as outras pessoas. Esse tema é um
dos pilares dessa ciência pois, do ponto de vista evolutivo de todos os seres,
admitimos a seguinte hipótese: todas as pessoas nascem para praticar a
assistencialidade.
No
entanto, para evoluirmos com maior qualidade não basta fazermos qualquer tipo
de assistência. Por mais que seja gratificante dar sopa aos pobres, doar
gorjetas ao “criança esperança” ou emprestar seu ombro para quem precisa de
consolo, atitudes como essas não são suficientes para quem quer praticar
assistencialidade avançada.
Um
novo conceito proposto pela Conscienciologia é a tares (abreviação de tarefa do
esclarecimento). Essa tarefa de assistência libertária visa à fraternidade
fundamentada na informação, conhecimento e autenticidade na abordagem por ir ao
cerne do problema ao invés de ficar apenas no processo consolatório. Fazer
tares é exaltar a autocrítica, ajudar sendo menos vaidoso, priorizar o
discernimento e, em determinados casos, dizer mais não do que sim.
Apesar
de ser uma postura menos simpática, a tarefa do esclarecimento não visa
simplesmente apontar erros alheios ou “ferir” com o pretexto de ser sincero. A
tares é o resultado do amor maduro, um sentimento nobre proveniente de nossa
essência mental, que nos permite auxiliar sem criar dependências ou idolatrias.
Quem ajuda desse modo contribui para que os assistidos consigam autonomia, ou
seja, que cresçam a partir de suas capacidades.
Entre
as vantagens de utilizar a tares como conduta está o fato de passar a
informação com sinceridade e realismo, sem insistir ou convencer o outro, e de
levar as pessoas a pensar o que antes era ‘impensável’. Quem pratica a tares
adota os binômios autenticidade-despojamento e franqueza-educação. O
esclarecimento também gera estresse positivo e crises de crescimento, levando o
indivíduo a sair da condição da mediocridade evolutiva. A tares favorece ainda
o predomínio da racionalidade em detrimento do instinto animal.
Se
você, caro leitor, entendeu a importância dessa postura assistencial e tem o
interesse de ser menos paliativo, atuando com mais propriedade, é importante
estar ciente que devido às suas particularidades, é recomendado ao praticante:
1. Saber que provavelmente verá 99
“sobrancelhas cerradas” e apenas um sorrisão aberto depois de cada tares
realizada.
2. Esperar ingratidões e decepções
de onde, e de quem, jamais se esperaria.
3. Buscar sempre ser
justificadamente otimista, dentro de si mesmo, pelo conhecimento útil, sem se
deixar contaminar pelo pessimismo a volta.
4. Entender que o primeiro
esclarecimento vem com a nossa melhoria através do exemplarismo silencioso de
nossas mudanças íntimas. Isto é, aplicar o que sabe, antes de tudo em si mesmo.
5. Superar as incompreensões
geradas pela instabilidade da nossa renovação constante.
O intuito dessa análise não é
menosprezar as ajudas do tipo consolação ou o assistencialismo ainda
importantes e necessários em nossa sociedade. Porém, percebemos que faltam
pessoas preparadas para fazer a tares, ou o esclarecimento avançado.
Ainda precisamos descobrir nosso
verdadeiro potencial assistencial. Consideramos que todos nascemos para
praticar a assistencialidade qualificada na Terra, sendo necessário por isso
reparar as imaturidades. Dessa forma, a Conscienciologia convida a todos a
fazer suas renovações íntimas e vivenciar a tarefa do esclarecimento, uma
postura de heterocrítica qualificada que contribui para a evolução tanto de
quem a pratica como de quem a recebe.
Alexandre Pereira é educador físico, professor, pesquisador e voluntário do
Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), instituição
de educação e pesquisa científica, laica, sem fins de lucro, que objetiva
estudar a consciência humana e todas as formas de sua manifestação, incluindo
as bioenergias e o parapsiquismo. O IIPC atendeem Campo Grande na Rua Pedro
Celestino, 689, Centro. Palestras gratuitas todos os sábados, 16h, e
segundas-feira, 19h30. Mais informações pelo site www.iipc.org ou pelo fone (67)3324-1177.
Fonte: Jornal Indústria e Comércio publicado sexta feira 24/agosto.
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