sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A crise como oportunidade de crescimento consciencial


Andréa Nascimento
            As situações de crise que, muitas vezes, vivenciamos são para a Conscienciologia uma oportunidade de crescimento, de evolução da consciência. Esse pressuposto quando inserido no nosso dia-a-dia pode nos trazer informações valiosas para o nosso processo de evolução consciencial, por oportunizar a reflexão.
            Quando buscamos fazer uma análise da situação geradora de crise, seja ela qual for, ao refletirmos criticamente sobre a mesma, podemos fazer uma reflexão do ocorrido e dimensioná-la como possibilidade de mudanças, seja para nós ou para outras consciências envolvidas.
            A atitude reflexiva sobre as nossas crises, inevitavelmente, leva-nos a encará-las como algo natural. O conflito pode ser com a própria pessoa ou com outrem, já que, onde se concentram pessoas (consciências), estas convivem, interagem entre si, seja no trabalho, no lazer, no supermercado, em casa ou em outros ambientes propícios ao surgimento de conflitos. Observamos que nas diversas situações onde o conflito se instala o mesmo é fruto de alguma imaturidade de algum membro do grupo de consciências envolvidas.
            Nesse sentido, ao refletirmos sobre as situações conflituosas consigo ou com os outros, sugerimos umas questões a serem feitas: o que fazer nesta situação de conflito? Qual o motivo de conflito? Quem está provocando a crise, sou eu ou o outro? Qual a imaturidade que sobressai em mim ou no grupo? A compreensão do contexto contribui para a busca de uma solução possível. A análise crítica poderá nos ajudar a sair da crise.
            Nenhuma situação será igual a outra, mesmo que o desentendimento se repita entre as mesmas pessoas. Então, o melhor é buscar uma manifestação mais racional, sem desequilíbrios emocionais, em uma postura de abertismo ao processo de auto e heteroassistência consciencial.
            Na interassistencialidade grupal, o grupo poderá se envolver e contribuir para uma reflexão coletiva sobre os motivos e conseqüências dos conflitos, de modo que todos tenham a oportunidade de falar sobre as suas percepções, seus sentimentos e ideias sobre a situação, buscando discernir e caminhar na direção da dissolução da crise.
            A ação de nos inserirmos, com coragem, no contexto da crise e fazermos uma análise minuciosa dos nossos pensenes (pensamentos, sentimentos e energias) favorece o levantamento dos traços dificultadores e traços facilitadores de nossa personalidade que podem ter contribuído ou não na geração do conflito grupal.
            A manifestação da consciência vai além da análise da manifestação de corpo físico, ela ultrapassa as barreiras invisíveis da multidimensionalidade, percorre outros caminhos que entrarão em ressonância com outras freqüências e, assim, ao reverberar nossos pensamentos, sentimentos e energias, os mesmos poderão contribuir ou não para a melhoria do clima interrelacional nas diversas dimensões.
            A vivência de processos de crises indica que quando estamos emocionalmente fragilizados os recursos afetivos imaturos se sobressaem ao discernimento, embotando a nossa capacidade de refletir e de agir criticamente de forma assistencial a todos na multidimensionalidade. Por isso, perdemos a oportunidade de crescermos juntos, de vermos nossas imaturidades e terminamos sabotando a experiência de aprendizagem coletiva.
            Toda crise é bem-vinda para qualquer pessoa ou para qualquer grupo. O que vai fazer a diferença entre as consciências envolvidas é a maneira como a crise é acolhida, interpretada e levada à reflexão para obtenção de um maior nível de discernimento, seja individual ou grupal. O tratamento e a condução da crise, o procedimento que se escolhe seguir, pode torná-la um meio propício a uma condição de crescimento, de maior maturidade e dinamização evolutiva de todos os envolvidos.

Fonte: Site da Intercampi, postada em 19/agosto de 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário