quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Reflexão sobre a autocientificidade


Clara Boeckmann
            Muito interessante um exercício de reflexão sobre o nível de cientificidade que foi possível ser realizado por esta autora durante um curso de Qualificação Docente. Um teste de comparação entre cientificidade e ceticidade. Numa coluna, estava uma lista de conceitos cientificamente comprovados, conhecidos por informação, porém, raramente vivenciados. Aliás, exceto pelos cientistas que estudam tais fenômenos, poucas pessoas conhecem ou vivenciaram: buracos negros, prótons, força elétrica atômica, células, DNA. Quantas pessoas já os viram, comprovaram sua existência, pessoalmente? No entanto, acreditam. Pois os cientistas garantem que existem!
            Na outra coluna, estavam fenômenos parapsíquicos, que esta autora, com elevado nível de ceticismo, já experimentou, por repetidas vezes, tais como: o estado vibracional, a pulsação de chacras, energias terapêuticas, campo energético interpalmar, entre outros.
            Muitas pessoas já vivenciaram as mais diversas experiências parapsíquicas. Algumas até mesmo viram e ouviram consciências extrafísicas (espíritos). Mesmo experienciando fenômenos parapsíquicos, essas pessoas dizem para si mesmas que nada disso existe, que eles são alucinações auditivas, visuais, entre outras.
            Ao longo da história da humanidade há registros de fenômenos vivenciados pelos seres humanos, que ocorreram em épocas distintas, em várias civilizações e tribos, por todo o planeta. Há relatos produzidos pelos experimentadores que se assemelham, independente de quaisquer conexões de conhecimentos entre aqueles que descreveram seus fenômenos. Mesmo assim, muitos desses experimentadores afirmam não acreditar na realidade parapsíquica.
            Quais as razões dessas posturas díspares entre os contextos relatados? O que leva um ser humano a acreditar em algo inacessível a si, que outrem (cientista) lhe conta que existe ao mesmo tempo que nega suas próprias vivências? A resposta muitas vezes é: “mas isso é comprovadocientificamente”. Qual o significado desta afirmação? A repetição do fenômeno por qualquer experimentador está no cerne do que seja considerado “cientificamente comprovado”.
            Concorda-se que a postura científica é a melhor. Significa que qualquer pessoa, se quiser experimentar, pode ir ao laboratório específico e ver com os próprios olhos, por exemplo, uma cadeia do DNA (embora possa continuar duvidando, pensando que aquilo foi forjado). Para que haja uma aceitação no meio científico, na prática, é imprescindível que um número expressivo de pessoas (cientistas) reafirme o que outros experimentaram, até termos uma contundente prova científica do fenômeno.
            Permanece o questionamento: porque não acreditamos nas experimentações de milhares de pessoas, com relação aos fenômenos parapsíquicos? Isto indica que as premissas do que nós acreditamos é que muitas vezes não são questionadas. O ceticismo positivo, onde é justo questionarmos o que não experienciamos por nós mesmos, tem o seu valor. O ceticismo negativo, em que se nega simplesmente por não querer acreditar (por crenças e valores pessoais), não acrescenta nada à evolução consciencial, à ciência ou à humanidade.
            Dentro do paradigma consciencial, a Projeciologia concentra as vivências práticas multidimensionais da Conscienciologia. Inclui a experimentação das energias, das projeções conscienciais lúcidas, e fenômenos como clarividência, precognições e retrocognições.  Estes fenômenos são estudados de forma sistemática, científica. O que diferencia a cientificidade do paradigma consciencial são os instrumentos de experimentação, onde o objeto de estudo é, ao mesmo tempo, o observado e o observador. O cientista é o laboratório de pesquisa.
            Diante do exposto, é preciso não ficar cético às nossas próprias parapercepções, negar percepções além dos sentidos do soma. Há muito que conhecer sobre a realidade parapsíquica. Infelizmente, a ciência cartesiana ainda não investiu o suficiente nas pesquisas conscienciais. Sem dúvida, tanto para a ciência tradicional quanto para o paradigma consciencial, cada um de nós precisa buscar a vivência prática, o experimento, registro e repetição de fenômenos. Ponderar energia e prática. Mediar a própria ceticidade. Isto é vivência da autocientificidade.

Fonte: Site da Intercampi, postada em 12/agosto de 2009.

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