Clara
Boeckmann
Muito interessante um exercício de reflexão sobre o nível
de cientificidade que foi possível ser realizado por esta autora durante um
curso de Qualificação Docente. Um teste de comparação entre cientificidade e
ceticidade. Numa coluna, estava uma lista de conceitos cientificamente
comprovados, conhecidos por informação, porém, raramente vivenciados. Aliás,
exceto pelos cientistas que estudam tais fenômenos, poucas pessoas conhecem ou
vivenciaram: buracos negros, prótons, força elétrica atômica, células, DNA.
Quantas pessoas já os viram, comprovaram sua existência, pessoalmente? No
entanto, acreditam. Pois os cientistas garantem que existem!
Na outra coluna, estavam fenômenos parapsíquicos, que
esta autora, com elevado nível de ceticismo, já experimentou, por repetidas
vezes, tais como: o estado vibracional, a pulsação de chacras, energias
terapêuticas, campo energético interpalmar, entre outros.
Muitas pessoas já vivenciaram as mais diversas
experiências parapsíquicas. Algumas até mesmo viram e ouviram consciências
extrafísicas (espíritos). Mesmo experienciando fenômenos parapsíquicos, essas
pessoas dizem para si mesmas que nada disso existe, que eles são alucinações
auditivas, visuais, entre outras.
Ao longo da história da humanidade há registros de
fenômenos vivenciados pelos seres humanos, que ocorreram em épocas distintas,
em várias civilizações e tribos, por todo o planeta. Há relatos produzidos
pelos experimentadores que se assemelham, independente de quaisquer conexões de
conhecimentos entre aqueles que descreveram seus fenômenos. Mesmo assim, muitos
desses experimentadores afirmam não acreditar na realidade parapsíquica.
Quais as razões dessas posturas díspares entre os
contextos relatados? O que leva um ser humano a acreditar em algo inacessível a
si, que outrem (cientista) lhe conta que existe ao mesmo tempo que nega suas
próprias vivências? A resposta muitas vezes é: “mas isso é comprovadocientificamente”. Qual
o significado desta afirmação? A repetição do fenômeno por qualquer
experimentador está no cerne do que seja considerado “cientificamente
comprovado”.
Concorda-se que a postura científica é a melhor.
Significa que qualquer pessoa, se quiser experimentar, pode ir ao laboratório
específico e ver com os próprios olhos, por exemplo, uma cadeia do DNA (embora
possa continuar duvidando, pensando que aquilo foi forjado). Para que haja uma
aceitação no meio científico, na prática, é imprescindível que um número
expressivo de pessoas (cientistas) reafirme o que outros experimentaram, até
termos uma contundente prova científica do fenômeno.
Permanece o questionamento: porque não acreditamos nas
experimentações de milhares de pessoas, com relação aos fenômenos
parapsíquicos? Isto indica que as premissas do que nós acreditamos é que muitas
vezes não são questionadas. O ceticismo positivo, onde é justo questionarmos o que
não experienciamos por nós mesmos, tem o seu valor. O ceticismo negativo, em
que se nega simplesmente por não querer acreditar (por crenças e valores
pessoais), não acrescenta nada à evolução consciencial, à ciência ou à
humanidade.
Dentro do paradigma consciencial, a Projeciologia
concentra as vivências práticas multidimensionais da Conscienciologia. Inclui a
experimentação das energias, das projeções conscienciais lúcidas, e fenômenos
como clarividência, precognições e retrocognições. Estes fenômenos são
estudados de forma sistemática, científica. O que diferencia a cientificidade
do paradigma consciencial são os instrumentos de experimentação, onde o objeto
de estudo é, ao mesmo tempo, o observado e o observador. O cientista é o
laboratório de pesquisa.
Diante do exposto, é preciso não ficar cético às nossas
próprias parapercepções, negar percepções além dos sentidos do soma. Há muito
que conhecer sobre a realidade parapsíquica. Infelizmente, a ciência cartesiana
ainda não investiu o suficiente nas pesquisas conscienciais. Sem dúvida, tanto
para a ciência tradicional quanto para o paradigma consciencial, cada um de nós
precisa buscar a vivência prática, o experimento, registro e repetição de
fenômenos. Ponderar energia e prática. Mediar a própria ceticidade. Isto é
vivência da autocientificidade.
Fonte: Site da Intercampi, postada em 12/agosto de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário