Na natureza, encontramos uma enorme variedade de seres vivos,
com diversas funções fisiológicas e mecanismos adaptados às mais diversas
necessidades de sobrevivência. Há animais que possuem um corpo apto a correr,
como a zebra, e outros a matar, como o tubarão branco. Há aqueles que
desenvolveram, ao longo da evolução, instintos sociais e estabelecem entre seus
espécimes e até com outras espécies um complexo relacionamento, como as abelhas
e formigas.
Alguns animais possuem a capacidade de pensar e ponderar
sobre os problemas que encontram ao seu redor, e devem isso, em parte, ao
cérebro desenvolvido. Entre todos os animais conhecidos na Terra, aquele que
possui a maior complexidade do cérebro é o ser humano (Homo sapiens sapiens).
O cérebro permite uma vasta gama de atividades mentais:
perceber o ambiente ao redor de maneira complexa, relacionando vários sentidos
diferentes: associar sentidos, percepções e ideias; lembrar de experiências
passadas e criar novos conceitos e inventos, baseando-se no repertório já
acumulado dessas experiências; elaborar meios de comunicação que permitem o
intercâmbio de ideias entre várias consciências, como, por exemplo, um texto
escrito, que pode ser decodificado por alguém que conheça aquele idioma; e
muitas outras.
Porém, a consciência é uma realidade muito mais complexa
do que aquilo que permitem as funções de um cérebro. A experiência pessoal e a
autoinvestigação podem nos mostrar que as funções mentais extrapolam o espaço
compreendido pelo encéfalo.
Um exemplo de uma
autopercepção que transcende as sensações físicas é a experiência-fora-do-corpo,
projeção astral ou projeção da consciência. Nessa experiência, temos a nítida
impressão de que nossos processos mentais acontecem fora do cérebro. Além
disso, nesse estado nossas sensações ficam até mais aguçadas e nossos processos
mentais extrapolam a capacidade e velocidade comuns à vigília física ordinária.
O conceito psicanalítico de inconsciente serviu para
explicar como nossa mente pode ser poderosa durante os sonhos ou em estados
hipnóticos. Porém, nestes estados, não mantemos a lucidez nem o discernimento.
Portanto, a projeção da consciência precisa ser abordada de uma outra maneira,
já que é um processo no qual mantemos total controle consciente de nossa mente
e de nossas ações.
Outra falha da teoria do inconsciente para explicar a
projeção da consciência é que muitos relatos dessas projeções mostram que a
pessoa pode perceber coisas muito além do alcance dos sentidos do corpo. Nas
experiências de quase morte (EQMs), por exemplo, em que um paciente em mesa de
cirurgia passa por um estado de morte cerebral e retorna à vida depois, muitos
pacientes relatam ter presenciado, fora do corpo, algum acontecimento que não
poderiam ter visto ou ouvido durante o momento em que seu corpo não poderia
registrar nenhuma percepção, pois estava morto.
Essas experiências nos levam a especular sobre a
existência de um mecanismo não-físico, que permita regular os processos mentais
da consciência independentemente do cérebro físico.
Segundo o Paradigma Consciencial, base teórica e prática
da Conscienciologia, possuímos, além do corpo físico (soma), um corpo
energético (energossoma), um corpo emocional (psicossoma) e um corpo mental
(mentalsoma, paracérebro, paracorpo do discernimento). Este seria responsável
pela regulação dos processos mentais não-cerebrais, não-físicos. Ele executa as
mesmas funções do cérebro físico num nível mais avançado, quando estamos
projetados fora do corpo humano. O mentalsoma também acumula experiências,
memórias e aprendizados advindos de outras vidas, o que permite que ele seja
muito mais complexo do que o cérebro físico.
Sendo mais sutil, mais sofisticado e mais antigo do que o
cérebro da atual vida intrafísica, o paracérebro preside o cérebro físico.
Todas as atividades intelectuais, reflexivas, de aprendizado e de compreensão
são gerenciadas pelo mentalsoma. Atividades como pesquisa, estudo e reflexão
ajudam a trazer as capacidades infinitas do mentalsoma para a vida intrafísica.
E atitudes mais despojadas e desapegadas em relação à dimensão material nos
permite entrar em maior contato com a dimensão mental, onde o mentalsoma se
manifesta.
O cérebro humano ainda possui instintos e pulsões animais
que precisam ser reprimidos para a convivência harmoniosa da humanidade e para
a evolução das consciências a um nível mais universalista e megafraterno. O
mentalsoma prescinde desses aspectos subumanos. É interessante desenvolver o
discernimento e atitudes mais cosmoéticas, o que possibilita estreitar a
conexão do cérebro com o mentalsoma e permite que o paracorpo do discernimento
atue na evolução dos seres humanos e da humanidade para uma era mais pautada na
interassistência do que na manutenção de desigualdades, guerras e doenças.
Fonte: Site Intercampi
postado em 09/Setembro de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário