Rosane Amadori
O casamento pode ser concebido como
a união de duas pessoas com o propósito de uma relação duradoura e estável. No
entanto, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
constatam periodicamente que, apesar do aumento no número absoluto, um em cada
quatro casamentos, ou 25%, acaba em separação. Na amostragem de uniões com mais
de uma década, o percentual de separações sobe para 60%.
Apesar
de fragilizado como instituição, o casamento nunca esteve tanto em evidência
quanto na atualidade. É comum que os casais dediquem tempo, recursos
financeiros e esforços sem medida para fazer uma cerimônia inesquecível, como
um grande espetáculo. Do ponto de vista da organização de eventos, casamento é,
cada vez mais, um bom negócio.
Na
contramão das aparências, a Conscienciologia propõe uma relação diferente, que
dispensa qualquer tipo de status da exterioridade. A dupla evolutiva é a união
de duas consciências afins, maduras, interagindo positiva e lucidamente em
torno de objetivos evolutivos conjuntos. Diferente do casamento convencional, o
casal se fortalece na união e renuncia a valores egocêntricos em prol de
princípios voltados para a fraternidade universal.
Pautada
em condições imprescindíveis para a manutenção de uma relação estável como o
amor puro, a sinceridade e a confiança, a dupla evolutiva minimiza a
preocupação com a posse de bens materiais e outras compensações da vida. Ao
invés disso, dá ênfase à tarefa de contribuir para o esclarecimento das pessoas
a respeito da sua realidade multidimensional.
Na
constituição de casal, a dupla evolutiva dispensa o aval do estado e da
sociedade, com a eliminação de cerimônias e até mesmo de contratos de
casamento. A relação é um compromisso de confiança mútua, onde a gestação de
filhos é substituída pela gestação consciencial, ou seja, a dedicação à escrita
de publicações que possam servir de orientação para um grupo maior de pessoas.
Ao mesmo tempo, a gestação consciencial leva à reciclagem pessoal dos
integrantes da dupla, uma oportunidade de reavaliar condutas, posicionamentos e
metas rumo à evolução pessoal.
No
âmbito da afetividade, a dupla evolutiva se ampara no binômio
afeição-discordância para vivenciar o apoio mútuo à superação de dificuldades
pessoais, a partir da manutenção de um abertismo constante para dar e receber
críticas construtivas. A postura aberta pressupõe a eliminação de vaidades
excessivas, mágoas, ego ferido e melindres, condições que comumente fragilizam
os relacionamentos.
O
vínculo dos integrantes da dupla evolutiva se mede pela natureza, qualidade e
quantidade das trocas que o casal é capaz de fazer. O ato de compartilhar não
só as vivências pessoais como os objetivos da programação de vida de cada um
proporciona a condição saudável de interfusão de energias mais favorável à
evolução pessoal e grupal. Uma evolução que passa pelo comprometimento com o
auxílio qualificado em grande escala, entendimento que fundamenta a formação de
uma dupla evolutiva.
Podendo
ser constituída até mesmo a partir da terceira idade, a dupla evolutiva ainda é
condição singular na sociedade atual pela falta de mérito das pessoas que,
voltadas unicamente para as necessidades pessoais, não abrem espaço na sua
rotina para a assistência qualificada aos outros. No âmbito da afetividade, a
dupla evolutiva é sustentada pelo amor puro e pela sexualidade sadia e se
reflete na postura dos parceiros de fazer sempre mais concessões do que
exigências, bem como na condição de querer que o outro se sinta melhor do que
você.
Rosane Amadori é jornalista e professora do Instituto Internacional de
Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), instituição de educação e pesquisa
científica, laica, sem fins lucrativos. Conheça a programação local no site www.iipc.org.br.
Fonte: Jornal Indústria e Comércio publicado em 11/janeiro de 2013.
http://www.ejornais.com.br/jornal_industria_e_comercio.html
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