quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Viagens assistenciais


Rute Pinheiro
            Nos dias atuais, viajar vem se tornando uma atividade cada vez mais comum para as pessoas, devido às facilidades dos meios de locomoção, a exemplo dos trens de alta velocidade e dos aviões, que podem nos transportar para o outro lado do mundo em algumas horas.
            Por sua vez, o Turismo, definido como a ação ou efeito de viajar com fins de entretenimento e outras finalidades, é uma atividade que vem se desenvolvendo no mundo todo, com mais de 40 modalidades, tais como o turismo de aventura, científico, cultural, de eventos, náutico, de saúde, entre outros.
            Por que não pensarmos, então, no turismo assistencial, onde a pessoa aproveitaria a oportunidade de viagem para promover a auto e heteroassistência?
            O ser humano pode entrar em contato com outras culturas, com princípios e valores diversos, através de livros, revistas, jornais, televisão e internet, mas a informação ainda é apenas teórica, não existindo a experiência pessoal, o contato direto com estas diferentes realidades e a interação maior com consciências dos locais visitados.
        A experiência do viajar, principalmente nas viagens internacionais, propicia um redimensionamento de valores e conceitos pessoais e pode gerar oportunidades de reflexões íntimas quanto a nossa realidade consciencial e a importância das interações que temos por onde passamos para a nossa evolução.
            Os impactos que comportamentos e costumes diferentes geram em nós mesmos servem de elemento útil no processo de auto-observação, possibilitando a análise do nível de abertismo e universalismo real que apresentamos.
            Estas experiências novas têm um papel fundamental no processo de aprendizagem contínua da consciência, desde que ela esteja disposta a fazer reciclagens íntimas, promovendo a auto-assistência, ou seja, a assistência a si mesma, tornando a viagem benéfica ao próprio viajante. As viagens internacionais são verdadeiros laboratórios de pesquisa.
            É importante estar atento para que as viagens constantes não se tornem fugas de conflitos íntimos, lembrando que não importa onde nós estejamos porque o nosso microuniverso consciencial estará conosco.
            No entanto, quando o viajante torna-se lúcido para a oportunidade evolutiva que é o viajar, e passa a planejar suas viagens, mantendo o foco na assistência, com posturas mais fraternas, abre-se então a possibilidade de expandir esta assistência para as consciências dos locais visitados, atuando como um agente reurbanizador. Também se tem a chance de limpar rastros energéticos imaturos deixados em outras existências e retratar-se com conhecidos do passado. Contudo, não podemos ser ingênuos porque essas experiências exigem discernimento.
            Ao considerar a consciência de forma integral, atuante em múltiplas dimensões, inserida em uma série de existências físicas, e em contínuas trocas energéticas, como propõe o paradigma consciencial, é necessário ter uma boa desenvoltura energética para que se possa interagir positivamente com ambientes e pessoas, mantendo um equilíbrio físico, energético, emocional e mental.
            Esta sustentabilidade energética pode ser adquirida através do uso de técnicas simples, como o Estado Vibracional (EV), produzido através da mobilização das energias da cabeça aos pés em um circuito fechado, através da própria vontade.
            Segundo Waldo Vieira (1932 – ), o nomadismo consciencial é a condição evolutiva de tornar a consciência o mais centrada possível, de modo a ser mais equilibrada e se deslocar cada vez mais intrafisicamente, inicialmente, e também interdimensionalmente, em um estágio mais avançado.
            Assim, as viagens poderão contribuir para a aceleração da evolução dos viajantes assistenciais, que terão em uma vida a possibilidade de ampliar suas interações conscienciais e assistir a um número cada vez maior de consciências.
            Para a pesquisadora Kátia Arakaki, enquanto a consciência não deixar seu país para vivenciar outras culturas, o mundo ainda é conceito teórico no seu microuniverso. Para quem quiser aprofundar-se no tema, sugere-se a leitura do livro Viagens Internacionais: o Nomadismo da Conscienciologia, de Kátia Arakaki (2005).

Fonte: Site da Intercampi, postado em 01/outubro de 2009.

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