Rute Pinheiro
Nos dias atuais, viajar vem se tornando uma atividade
cada vez mais comum para as pessoas, devido às facilidades dos meios de
locomoção, a exemplo dos trens de alta velocidade e dos aviões, que podem nos
transportar para o outro lado do mundo em algumas horas.
Por sua vez, o Turismo, definido como a ação ou efeito de
viajar com fins de entretenimento e outras finalidades, é uma atividade que vem
se desenvolvendo no mundo todo, com mais de 40 modalidades, tais como o turismo
de aventura, científico, cultural, de eventos, náutico, de saúde, entre outros.
Por que não pensarmos, então, no turismo assistencial,
onde a pessoa aproveitaria a oportunidade de viagem para promover a auto e
heteroassistência?
O ser humano pode entrar em contato com outras culturas,
com princípios e valores diversos, através de livros, revistas, jornais,
televisão e internet, mas a informação ainda é apenas teórica, não existindo a
experiência pessoal, o contato direto com estas diferentes realidades e a
interação maior com consciências dos locais visitados.
A experiência do viajar, principalmente nas viagens
internacionais, propicia um redimensionamento de valores e conceitos pessoais e
pode gerar oportunidades de reflexões íntimas quanto a nossa realidade
consciencial e a importância das interações que temos por onde passamos para a
nossa evolução.
Os impactos que comportamentos e costumes diferentes
geram em nós mesmos servem de elemento útil no processo de auto-observação,
possibilitando a análise do nível de abertismo e universalismo real que
apresentamos.
Estas experiências novas têm um papel fundamental no
processo de aprendizagem contínua da consciência, desde que ela esteja disposta
a fazer reciclagens íntimas, promovendo a auto-assistência, ou seja, a
assistência a si mesma, tornando a viagem benéfica ao próprio viajante. As
viagens internacionais são verdadeiros laboratórios de pesquisa.
É importante estar atento para que as viagens constantes
não se tornem fugas de conflitos íntimos, lembrando que não importa onde nós
estejamos porque o nosso microuniverso consciencial estará conosco.
No entanto, quando o viajante torna-se lúcido para a
oportunidade evolutiva que é o viajar, e passa a planejar suas viagens,
mantendo o foco na assistência, com posturas mais fraternas, abre-se então a possibilidade
de expandir esta assistência para as consciências dos locais visitados, atuando
como um agente reurbanizador. Também se tem a chance de limpar rastros
energéticos imaturos deixados em outras existências e retratar-se com
conhecidos do passado. Contudo, não podemos ser ingênuos porque essas
experiências exigem discernimento.
Ao considerar a consciência de forma integral, atuante em
múltiplas dimensões, inserida em uma série de existências físicas, e em
contínuas trocas energéticas, como propõe o paradigma consciencial, é
necessário ter uma boa desenvoltura energética para que se possa interagir
positivamente com ambientes e pessoas, mantendo um equilíbrio físico,
energético, emocional e mental.
Esta sustentabilidade energética pode ser adquirida através
do uso de técnicas simples, como o Estado Vibracional (EV), produzido através
da mobilização das energias da cabeça aos pés em um circuito fechado, através
da própria vontade.
Segundo Waldo Vieira (1932 – ), o nomadismo consciencial é a
condição evolutiva de tornar a consciência o mais centrada possível, de modo a
ser mais equilibrada e se deslocar cada vez mais intrafisicamente,
inicialmente, e também interdimensionalmente, em um estágio mais avançado.
Assim, as viagens poderão contribuir para a aceleração da
evolução dos viajantes assistenciais, que terão em uma vida a possibilidade de
ampliar suas interações conscienciais e assistir a um número cada vez maior de
consciências.
Para a pesquisadora Kátia Arakaki, enquanto a consciência não
deixar seu país para vivenciar outras culturas, o mundo ainda é conceito
teórico no seu microuniverso. Para
quem quiser aprofundar-se no tema, sugere-se a leitura do livro Viagens Internacionais: o Nomadismo da Conscienciologia, de Kátia Arakaki (2005).
Fonte: Site da Intercampi,
postado em 01/outubro de 2009.
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