Leuzene
Salgues
A manipulação anticosmoética é a ação ou efeito de
manipular ou influenciar consciências de modo inadequado, distorcendo a
realidade para atender os interesses pessoais.
A consciência manipuladora utiliza de artimanhas e
técnicas para controlar os outros e atingir os seus objetivos egoicos,
restringindo o autodiscernimento daqueles que deseja manipular.
A consciência manipulável é aquela que tem tendência a
viver como satélite de outras consciências e é susceptível às influências
alheias, pela falta de autonomia e lucidez.
A manipulação nasce e nutre-se das interações desses dois
tipos conscienciais e pode ter predomínio de aspectos mentaissomáticos,
psicossomáticos ou bioenergéticos.
Dentre as estratégias de
manipulação estão: a sedução, o envolvimento, a persuasão, o aliciamento, a
tentação, a chantagem emocional, a imposição do sentimento de culpa, o senso de
obrigação, os medos irracionais, a doutrinação, o vampirismo energético, o
eufemismo, a tirania, o fascínio carismático, entre outras.
O manipulador utilizará as estratégias de acordo com os
talentos que possui e com as características daqueles que deseja manipular,
criando situações nas quais escolhe as melhores abordagens, gestos, palavras,
ideias, etc. para atender aos objetivos pessoais.
O que leva uma consciência a manipular outras ou a
deixar-se manipular por alguém? O que catalisa, de fato, uma manipulação, tanto
para quem manipula quanto para o manipulado é a imaturidade consciencial
expressa em traços imaturos ao modo de: arrogância, carência ou a necessidade
do trinômio poder-posição-prestígio.
Arrogar é atribuir a si mesmo uma suposta superioridade
(moral, social, intelectual, étnica, financeira, parapsíquica, etc.) que nutre
uma atitude de desprezo em relação aos outros. Quem se acha superior a alguém
comete o equívoco de querer que o outro atenda a seus objetivos egoicos.
A carência é a falta ou necessidade de algo. Pode ser:
carência afetiva que é a necessidade incessante de receber afeto, a estima e
consideração dos outros; carência energética ou a insuficiência quanto às
energias; carência sexual, falta ou privação de energias afetivo-sexuais;
carência intelectual ou deficiência na aplicação dos atributos
mentaissomáticos; carência de coragem ou ausência de autoconfiança e destemor;
entre outras.
O trinômio poder-posição-prestígio é a conjunção de força
pessoal, respeito e notoriedade que pode ser utilizada de modo cosmoético,
favorável à evolução das consciências. Quando anticosmoética, diz respeito a
ganância e interesses exclusivamente pessoais, pela promoção de fascínio sobre
os outros, gerando atos corruptos na busca das ambições pessoais.
Como superar a condição imatura e anticosmoética da
manipulação consciencial? Uma das profilaxias é o desenvolvimento do
autodiscernimento, discernir sobre si, sobre sua realidade intraconsciencial,
assumindo, com lucidez, as rédeas da própria conduta e evolução, minimizando a
manifestação de manipulação (papel de manipulador ou manipulado) pela
reeducação dos traços imaturos de sua personalidade.
O processo de reeducação consciencial se dá pela
reciclagem intraconsciencial, ou seja, alteração para melhor do íntimo da
consciência, seus valores e atributos conscienciais de modo a ampliar o nível
de lucidez, levando-a um novo patamar evolutivo.
A reciclagem intraconsciencial nasce da vontade de
superar as próprias imaturidades. A autopesquisa pode levar a consciência
interessada a uma análise sincera de si, auxiliando-a na obtenção de
autoconhecimento, identificação das reais necessidades evolutivas e, portanto,
um maior autodiscernimento.
Leuzene Salgues, é pedagoga, pesquisadora e voluntária do
INTERCAMPI.
Fonte: Site da Intercampi
postada em 26/novembro de 2009.
http://intercampi.org/2009/11/26/artigo-manipulacao-anticosmoetica-e-autodiscernimento/
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