segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Teorias da Educação e Conscienciologia: Aproximações


Clara Boeckmann
            Quando se pensa em ensino e aprendizagem, Parker Palmer, Malcolm Knowles, Donald Schön, Paulo Freire, Moacir Gadotti, José Manoel Moran e outros grandes colaboradores da Educação apresentam propostas que se aproximam do paradigma consciencial, posto que começam a perceber as limitações do paradigma científico vigente. Na minha opinião, educação, didática e a relação ensino-aprendizagem têm muito a ver com Conscienciologia e com a tarefa do esclarecimento, visto que estes temas contribuem para a evolução da consciência.
            Muito trabalho tem sido desenvolvido com a finalidade de ampliar a aprendizagem dos alunos. A Educação já vem sendo considerada uma proposta mais abrangente do que o Ensino. Como disse um grande Educador brasileiro, José Manoel Moran: “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos [...] é ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no desenvolvimento de suas habilidades [...] para que se tornem cidadãos realizados e produtivos”. Portanto, os próprios profissionais da pedagogia já reconhecem a Educação como um processo mais abrangente do desenvolvimento humano, um dos objetivos conscienciológicos.
            Existe uma busca por aperfeiçoamento das metodologias de ensino, visando à educação. Penso que esta reflexão possa ser ainda mais útil àqueles que atuam como professores, seja na docência conscienciológica, seja nas demais práticas docentes. Mas vale a pena cada um refletir quanto ao papel que lhe cabe como cidadão, como responsável pela sua própria educação e como consciência (ser, self, ego, alma) ímpar, cujo interesse básico é seu próprio desenvolvimento, evolução.
            Volto ao objetivo deste artigo: identificar os pontos em comum da área da Educação com a importância da consciencialidade, qualidade da vivência do paradigma consciencial, cujos pilares são a holossomática (existência de vários veículos de manifestação compatíveis com as várias dimensões), multidimensionalidade (a existência de várias dimensões – física e extrafísicas nas quais a consciência se manifesta), a multisserialidade (o processo evolutivo da consciência através de muitas vidas), bioenergética (abordagem energética dos seres vivos) e autopesquisa (estratégias evolutivas de autoinvestigação e amadurecimento consciencial).
            No estudo de alguns teóricos destaco as principais contribuições para o aperfeiçoamento da educação e da didática no ensino. Parker Palmer destaca a importância do autoconhecimento do professor, e a importância da manutenção da autenticidade, da integridade e da interatividade com os alunos. Autoconhecimento implica em autopesquisa, conhecer nossos pontos fortes e pontos fracos, e buscar o autodesenvolvimento, tal qual é o propósito do curso Teoria e Prática da Autopesquisa da INTERCAMPI. Malcolm Knowles trouxe grandes contribuições quanto às especificidades do ensino de adultos. Ressalta aspectos que precisam ser considerados pelos professores que pretendam garantir uma boa didática, boa relação ensino-aprendizagem e “transferir” conteúdos pré-definidos. Na docência conscienciológica o professor é o agente retrocognitor que lembra ao aluno o que ele já sabe, o seu período intermissivo e o seu compromisso com a programação existencial (proéxis).
            Donald Schön destaca a importância da reflexão-na-ação, o aprender fazendo, a importância da práxis no ensino. Em Conscienciologia e Projeciologia, a palavra teática traduz a importância da vivência teórica e prática. Na aula de Conscienciologia vale mais o discernimento e parapsiquismo quanto ao trabalho da equipe extrafísica e o amparador de cada aluno que sabem o que é mais importante para ser dito naquele momento. Paulo Freire, que, além de reconhecer a necessidade da justiça social, da defesa dos oprimidos, da pedagogia da autonomia, trouxe a proposta da pedagogia transformativa e emancipatória. A importância do aprender a aprender, do aprender a pensar, da interdiciplinaridade dos temas, do aproximar o ensino da realidade do aluno, do ato dialógico no processo da educação. Preocupava-se também com a situação planetária, introduzindo a ecopedagogia. Moacir Gadotti ressalta a proposta de Freire de uma Educação como ato de produção e de reconstrução do saber, e como ato de prática de liberdade. Tudo isso se aproxima dos valores conscienciológicos relacionados à inteligência evolutiva, à cosmoética, ao fraternismo e ao universalismo.
            Para os conscienciólogos, é possível verificar a sobreposição de valores e interesses da nova pedagogia com os propósitos da Conscienciologia. Há mais de duas décadas, o prof. Waldo Vieira, propositor da Conscienciologia e da Projeciologia, já ressalta a importância da necessidade do investimento de cada pessoa em sua evolução: educação e autoeducação consciencial, envolvendo o homem de forma integral e multidimensional. Por outro lado, educadores têm apresentado abordagens interessantes para que os professores aperfeiçoem sua tarefa do esclarecimento. Penso que Educação e Conscienciologia se afinizam e se complementam. Seria produtivo inserir mais Conscienciologia na pedagogia atual e aproveitar as contribuições dos grandes educadores para inserir mais didática na docência conscienciológica. Para pesquisas futuras, podemos questionar:
Quais as limitações da didática convencional? Quais as limitações do professor de Conscienciologia que não compreende nem aplica a paradidática? É preciso entender a paradidática.

Clara Boeckmann é voluntária da Intercampi.

Fonte: Site da Intercampi postado em 29/outubro de 2009.

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