William
Nascimento
Imagine
uma situação na qual um indivíduo pensa estar sofrendo de algum problema visual
e recorre a um médico oftalmologista, chega ao consultório, e nas perguntas de
anamnese o paciente refere estar com problemas de olho gordo (olhar de inveja ou cobiça). A cena pode parecer cômica,
pois sabemos que nenhum oftalmologista possuí conhecimento acadêmico para
tratar mal olhado. Contudo mesmo um
paciente sem qualquer estudo formal, poderá notar o olhar do médico diante de uma
cena como esta. Ao se deparar com tal queixa, talvez o paciente note da parte
do médico um olhar de desprezo, de arrogância ou até mesmo um olhar enfurecido
por fazê-lo perder tempo com uma queixa deste tipo.
Em
nosso dia a dia, podemos nos deparar com situações semelhantes, é comum
encontrarmos pessoas mal informadas, desorientadas, confusas e perdidas. Podemos
parar e refletir sobre nossa própria postura diante destes encontros de
destino. Como é o olhar que eu emito diante de um pedido de auxílio? Transmito
desprezo, raiva, rejeição, repulsa, hostilidade ou antipatia?
Tais
situações servem para ilustrar a importância do olhar, pois é através do olhar
que nós transmitimos nossas intenções, sentimentos e pensamentos. Os olhos são
popularmente chamados de janelas da alma, e quem está de fora, o sujeito
receptor do olhar pode captar o que se passa dentro do emissor, percebendo,
absorvendo, recebendo e decodificando a mensagem transmitida. Leitor pare para
pensar, e talvez se recorde de alguma situação na qual recebeu um olhar apaixonado,
sedutor, que foi transmitindo de forma
quase transparente as intenções românticas ou sexuais, é este o processo
parapsíquico do olhar.
Existem
diversos tipos de olhares, para as mais diversas intenções, e o foco deste artigo
é contribuir para que o leitor desenvolva um olhar com a intenção de ajudar,
auxiliar, promover o bem estar, a autonomia e a evolução individual e coletiva.
Ao delimitar o tipo de intenção, o próximo passo é trabalhar na abordagem. Começa
na ação de dirigir os olhos para alguém, contemplar, encarar ou examinar a
pessoa de forma atenta, fraterna e afetuosa, e se predispor a compreender e ser
compreendido a assistir e ser assistido, transmitindo ao receptor um olhar de fraternidade.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara
[...] Mais do que olhar, importa reparar no outro [...]" . Com estas
palavras José Saramago (1922-2010) enfatizava este processo de enxergar o
outro. Além de reparar, também é preciso estar atento as oportunidades de
esclarecer o outro, ajuda-lo a pensar, e trazer informações úteis. A
Conscienciologia trabalha na tarefa do esclarecimento, considera prioritário
trazer abordagens multidimensionais, pois para boa parte dos problemas,
dificuldades, queixas, doenças físicas, psíquicas e emocionais, podem ter
relação com variáveis extrafísicas. A ciência convencional, não admite a existência
de múltiplas vidas (reencarnação), ou a existência de outras dimensões não
materiais, ou mesmo a influência de pessoas que já morreram atuando e
interferindo em nosso dia a dia. E todas estas variáveis devem ser abordadas,
desmistificadas e esclarecidas.
O
olhar transmite nossas energias conscienciais, ou seja o que nós somos, o que
pensamos, sentimos e consequentemente emanamos. A própria transmissão destas
energias sutis, ocorre na dimensão extrafísica. Devido a transmissão de
energias advindas do olhar, precisamos refletir seriamente, se a mensagens que
emitimos com nosso olhar tem as melhores energias. Na Conscienciologia, o
indivíduo aprende a importância de qualificar as próprias energias conscienciais, ao trabalhar com as próprias energias, pensamentos e sentimentos, o resultado é a melhoria da saúde e dos relacionamentos cotidianos ajudando desta forma a si mesma e aos
outros.
Referências bibliográficas
1. VIEIRA,
Waldo; Enciclopédia da Conscienciologia; CD-ROM; 5.272 Páginas; 1.365
verbetes; 234 especialidades; 5◦ Ed.; Associação Internacional Editares;
Associação Internacionalde Comunicação Conscienciológica (COMUNICONS); &
Associação Internacional de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); Foz do
Iguaçu. PR; 2009; Verbete consultado: Olhar de Fraternidade.
1. SARAMAGO, José. Ensaio sobre a
cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
William
Nascimento é técnico em Enfermagem, estudante de Psicologia e pesquisador da
Conscienciologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário