quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Olhar de fraternidade

William Nascimento

            Imagine uma situação na qual um indivíduo pensa estar sofrendo de algum problema visual e recorre a um médico oftalmologista, chega ao consultório, e nas perguntas de anamnese o paciente refere estar com problemas de olho gordo (olhar de inveja ou cobiça). A cena pode parecer cômica, pois sabemos que nenhum oftalmologista possuí conhecimento acadêmico para tratar mal olhado. Contudo mesmo um paciente sem qualquer estudo formal, poderá notar o olhar do médico diante de uma cena como esta. Ao se deparar com tal queixa, talvez o paciente note da parte do médico um olhar de desprezo, de arrogância ou até mesmo um olhar enfurecido por fazê-lo perder tempo com uma queixa deste tipo.
            Em nosso dia a dia, podemos nos deparar com situações semelhantes, é comum encontrarmos pessoas mal informadas, desorientadas, confusas e perdidas. Podemos parar e refletir sobre nossa própria postura diante destes encontros de destino. Como é o olhar que eu emito diante de um pedido de auxílio? Transmito desprezo, raiva, rejeição, repulsa, hostilidade ou antipatia?  
            Tais situações servem para ilustrar a importância do olhar, pois é através do olhar que nós transmitimos nossas intenções, sentimentos e pensamentos. Os olhos são popularmente chamados de janelas da alma, e quem está de fora, o sujeito receptor do olhar pode captar o que se passa dentro do emissor, percebendo, absorvendo, recebendo e decodificando a mensagem transmitida. Leitor pare para pensar, e talvez se recorde de alguma situação na qual recebeu um olhar apaixonado, sedutor,  que foi transmitindo de forma quase transparente as intenções românticas ou sexuais, é este o processo parapsíquico do olhar.
            Existem diversos tipos de olhares, para as mais diversas intenções, e o foco deste artigo é contribuir para que o leitor desenvolva um olhar com a intenção de ajudar, auxiliar, promover o bem estar, a autonomia e a evolução individual e coletiva. Ao delimitar o tipo de intenção, o próximo passo é trabalhar na abordagem. Começa na ação de dirigir os olhos para alguém, contemplar, encarar ou examinar a pessoa de forma atenta, fraterna e afetuosa, e se predispor a compreender e ser compreendido a assistir e ser assistido, transmitindo ao receptor um olhar de fraternidade.   
            "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara [...] Mais do que olhar, importa reparar no outro [...]" . Com estas palavras José Saramago (1922-2010) enfatizava este processo de enxergar o outro. Além de reparar, também é preciso estar atento as oportunidades de esclarecer o outro, ajuda-lo a pensar, e trazer informações úteis. A Conscienciologia trabalha na tarefa do esclarecimento, considera prioritário trazer abordagens multidimensionais, pois para boa parte dos problemas, dificuldades, queixas, doenças físicas, psíquicas e emocionais, podem ter relação com variáveis extrafísicas. A ciência convencional, não admite a existência de múltiplas vidas (reencarnação), ou a existência de outras dimensões não materiais, ou mesmo a influência de pessoas que já morreram atuando e interferindo em nosso dia a dia. E todas estas variáveis devem ser abordadas, desmistificadas e esclarecidas.   
            O olhar transmite nossas energias conscienciais, ou seja o que nós somos, o que pensamos, sentimos e consequentemente emanamos. A própria transmissão destas energias sutis, ocorre na dimensão extrafísica. Devido a transmissão de energias advindas do olhar, precisamos refletir seriamente, se a mensagens que emitimos com nosso olhar tem as melhores energias. Na Conscienciologia, o indivíduo aprende a importância de qualificar as próprias energias conscienciais, ao trabalhar com as próprias energias, pensamentos e sentimentos, o resultado é a melhoria da saúde e dos relacionamentos cotidianos ajudando desta forma a si mesma e aos outros.
           
Referências bibliográficas

1. VIEIRA, Waldo; Enciclopédia da Conscienciologia; CD-ROM; 5.272 Páginas; 1.365 verbetes; 234 especialidades; 5◦ Ed.; Associação Internacional Editares; Associação Internacionalde Comunicação Conscienciológica (COMUNICONS); & Associação Internacional de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); Foz do Iguaçu. PR; 2009; Verbete consultado: Olhar de Fraternidade.
1. SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

            William Nascimento é técnico em Enfermagem, estudante de Psicologia e pesquisador da Conscienciologia.


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