Pedro
Borges
Sentir-se fora do próprio corpo
ainda é, dentro do senso comum, fruto da imaginação, sonho ou até mesmo
derivado de uma alucinação. O fato é que, analisando com mais cientificidade
tal percepção, conclui-se que se trata de um fenômeno plausível, real e objetivo
que pode ser aprendido e desenvolvido por qualquer interessado.
A
experiência fora do corpo, também conhecida como desdobramento, out-of-body
experience (OBE), projeção consciente ou viagem astral, é um fenômeno de
caráter fisiológico relatado nas mais diferentes épocas por diversas etnias. No
período antigo, os egípcios praticavam a saída do corpo e nomearam como kha o
veículo que utilizavam para se manifestar durante a projeção consciente. Platão
relata em seus livros sobre o caso do soldado Er, o Armênio, em que o mesmo
rememorava com lucidez acontecimentos enquanto seu corpo físico permanecia
imóvel em meio ao campo de batalha. O historiador grego Plutarco (50-120)
descreve também o relato de Arisdeu de Soles, que mudara radicalmente seu
estilo de vida, tornando-se um homem de princípios virtuosos, após passar por
uma experiência fora do corpo.
Do
séc. XV a XIX, a projeção consciente passou por um período chamado de
esotérico, repleto de iniciações e ritualismo de seitas fechadas, devido às
perseguições da Inquisição, conhecidas como a caça às bruxas durante a Idade
Média. Após esta fase, destaca-se a obra de Emanuel Swedenborg (1688-1772),
Diarii Spiritualis, composta por 5 volumes contendo inúmeros relatos projetivos
do autor. Já no início do séc. XIX, o escritor Honoré de Balzac (1799-1850)
publica o romance autobiográfico Louis Lambert, referindo-se ao termo Homo
Duplex como denominação para aquele que pratica a experiência fora do corpo.
Já
na segunda metade do séc. XIX, inicia-se um período de divulgação deste
conhecimento. Os fenômenos parapsíquicos começam a chamar atenção de renomados
pesquisadores, resultando na criação por Charles Richet (1850-1935) da ciência
Metapsíquica, precursora da Parapsicologia. Começam a surgir relatos até mesmo em
jornais, sendo uma obra importante desta fase o livro do pesquisador Sylvan
Muldoon (1903-1969): A projeção do corpo astral.
O
período laboratorial inicia-se na segunda metade do séc. XX, objetivando o
estudo do fenômeno da experiência fora do corpo através de experimentos
rigorosos de laboratório. Destaca-se o pesquisador Charles Tart (1937) e seu
experimento com a jovem apelidada de Miss Z, na qual a mesma obteve
sucesso ao sair do corpo e observar um conjunto aleatório de números presentes
em outra sala próxima ao laboratório, com sua atividade cerebral monitorada.
Em
1986, o pesquisador Waldo Vieira (1932) lança o tratado Projeciologia, volume
com 1.907 referências bibliográficas sobre o assunto, sistematizando o
conhecimento acerca do tema e lançando a proposta de uma neociência para estudo
das projeções da consciência. Pela Projeciologia, o objetivo já não é mais
provar a existência da projeção astral, mas fornecer informações
desmistificadas para que cada um possa vivenciar o fenômeno de maneira lúcida,
através de técnicas, com foco em assistência e autoconhecimento.
Os
benefícios de tal fenômeno residem no entendimento do processo de evolução
pessoal. Ao perceber-se como uma consciência multidimensional, ocorre melhor
aproveitamento do tempo e maior autodomínio emocional, através da perda do medo
da morte, mãe e pai de todos os medos.
E
você, considera ao menos a hipótese do fenômeno da projeção consciente? Procura
vivenciá-lo com determinação, ou prefere manter-se como cético teórico diante
de tal possibilidade?
Pedro Borges é representante comercial e estudante de Psicologia,
graduado em Música com habilitação em violão, pesquisador, docente e voluntário
do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC) em
Curitiba. Participe das palestras públicas às quintas-feiras, das 19h30 às
21h30, e aos sábados, das 14h30 às 16h30, informando-se pelo telefone 3233.5736
ou pelo nosso site:www.iipc.org
Fonte: Jornal Indústria e Comércio publicado sexta feira 23/novembro.
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