Eduardo Bortoleto
O
trabalho e o lazer costumavam se mesclar nas atividades diárias nas sociedades,
desde as mais rudimentares até as mais avançadas. Com a evolução da humanidade,
mais especificamente nos séculos XVIII e XIX, o homem passou a dedicar mais
tempo ao trabalho e o tempo livre passou a ser muito valorizado. De um
modo geral, algumas pessoas estão mais voltadas para o trabalho e outras, mais
para o lazer.
As
pessoas focadas no trabalho tendem a banalizar as atividades de descontração,
destinando grande parte do seu tempo, energia e pensamento para o processo
profissional: podem se tornar workaholics. Pessoas com esse perfil tendem a
colocar a carreira e o salário em primeiro lugar, deixando inclusive a
felicidade pessoal de lado. Falta-lhes vislumbrar que o lazer é o paradoxo
entre o ‘perder tempo’ e o ganho na saúde pessoal.
As
pessoas focadas no lazer veem o trabalho apenas como um meio para se chegar à
diversão. Pessoas com esse perfil tendem ao comodismo profissional e aos
exageros, com excessos de entretenimento e prazer normalmente prejudiciais.
Falta largar a postura do “deixa a vida me levar” e analisar as repercussões
dessas atividades. O excesso de bebida, por exemplo, pode resultar em
patológica separação da família; o excesso de velocidade pode resultar em
acidente trágico; o vício em adrenalina pode resultar em sequelas, e assim por
diante.
Para se atingir o equilíbrio
saudável é necessário utilizar o raciocínio lógico e o discernimento, que
muitas vezes ficam de lado por imaturidade. A clareza sobre os valores pessoais
e os objetivos de vida é fundamental para a escolha das atividades de lazer
sadias e de quanto tempo é suficiente para dedicar-se a elas. Acompanhar três
novelas diárias é desperdício de vida.
Com
análise aprofundada sobre esses tópicos, verifica-se o quanto o brasileiro
ainda coloca-se como vítima da “política do pão e circo” (mesmo séculos depois
dos romanos) através do excesso de paixão pelo futebol. São horas diárias
dedicadas aos comentários esportivos, jogos e debates com os colegas sobre a
última rodada. É mera fuga do autoconhecimento e da convivialidade sadia, sendo
válvula de escape da realidade.
Estudar
e planejar as manifestações diárias são o melhor meio para uma vida saudável,
equilibrada e feliz. Esse é o primeiro passo para superar o foco no trabalho e
o foco no lazer, chegando ao trinômio Motivação-Trabalho-Lazer, no qual o
trabalho é automotivador por ser um lazer para o indivíduo. Esse é um tema
aprofundado pela ciência Conscienciologia, fundamentada para estudar a natureza
plena do indivíduo.
Eduardo Bortoleto - é consultor de negócios, graduado em Comunicação
Social com MBA em Gestão Empresarial. É pesquisador, docente e voluntário do
Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC) em Curitiba.
Participe das palestras públicas aos sábados, das 14h30 às 16h30
Nenhum comentário:
Postar um comentário