domingo, 25 de novembro de 2012

O trabalho, lazer e suas consequências


Eduardo Bortoleto
            O trabalho e o lazer costumavam se mesclar nas atividades diárias nas sociedades, desde as mais rudimentares até as mais avançadas. Com a evolução da humanidade, mais especificamente nos séculos XVIII e XIX, o homem passou a dedicar mais tempo ao trabalho e o tempo livre passou a ser muito valorizado.  De um modo geral, algumas pessoas estão mais voltadas para o trabalho e outras, mais para o lazer.
            As pessoas focadas no trabalho tendem a banalizar as atividades de descontração, destinando grande parte do seu tempo, energia e pensamento para o processo profissional: podem se tornar workaholics. Pessoas com esse perfil tendem a colocar a carreira e o salário em primeiro lugar, deixando inclusive a felicidade pessoal de lado. Falta-lhes vislumbrar que o lazer é o paradoxo entre o ‘perder tempo’ e o ganho na saúde pessoal.
            As pessoas focadas no lazer veem o trabalho apenas como um meio para se chegar à diversão. Pessoas com esse perfil tendem ao comodismo profissional e aos exageros, com excessos de entretenimento e prazer normalmente prejudiciais. Falta largar a postura do “deixa a vida me levar” e analisar as repercussões dessas atividades. O excesso de bebida, por exemplo, pode resultar em patológica separação da família; o excesso de velocidade pode resultar em acidente trágico; o vício em adrenalina pode resultar em sequelas, e assim por diante.
            Para se atingir o equilíbrio saudável é necessário utilizar o raciocínio lógico e o discernimento, que muitas vezes ficam de lado por imaturidade. A clareza sobre os valores pessoais e os objetivos de vida é fundamental para a escolha das atividades de lazer sadias e de quanto tempo é suficiente para dedicar-se a elas. Acompanhar três novelas diárias é desperdício de vida.
            Com análise aprofundada sobre esses tópicos, verifica-se o quanto o brasileiro ainda coloca-se como vítima da “política do pão e circo” (mesmo séculos depois dos romanos) através do excesso de paixão pelo futebol. São horas diárias dedicadas aos comentários esportivos, jogos e debates com os colegas sobre a última rodada. É mera fuga do autoconhecimento e da convivialidade sadia, sendo válvula de escape da realidade.
            Estudar e planejar as manifestações diárias são o melhor meio para uma vida saudável, equilibrada e feliz. Esse é o primeiro passo para superar o foco no trabalho e o foco no lazer, chegando ao trinômio Motivação-Trabalho-Lazer, no qual o trabalho é automotivador por ser um lazer para o indivíduo. Esse é um tema aprofundado pela ciência Conscienciologia, fundamentada para estudar a natureza plena do indivíduo.

            Eduardo Bortoleto - é consultor de negócios, graduado em Comunicação Social com MBA em Gestão Empresarial. É pesquisador, docente e voluntário do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC) em Curitiba. Participe das palestras públicas aos sábados, das 14h30 às 16h30
site: www.iipc.org

Fonte: Jornal Indústria e Comércio publicado sexta feira 21/setembro.

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