Rute Pinheiro
A autopesquisa é um processo essencial para aquele que
tem o interesse em conhecer-se, em compreender como funciona em todas as suas
manifestações nesta vida física, em como se relaciona com as pessoas que estão
ao seu redor e mais ainda, é útil para quem está disposto a utilizar a
informação que tem sobre si mesmo para promover reciclagens íntimas e se tornar
um ser humano melhor, ou seja, para evoluir e contribuir para a evolução da
humanidade.
Não é uma tarefa tão simples e exige esforço contínuo e
motivação, uma vez que quando começamos a olhar para nós mesmos vemos nossas
qualidades e traços de personalidade maduros, mas também descortinamos uma
série de imaturidades que nem sempre são agradáveis e que, no geral, tentamos
esconder, inclusive de nós mesmos. Mas e daí? Para mudarmos algo, o primeiro
passo é identificá-lo e assumir que somos seres em evolução, que estamos aqui
para aprender. A partir deste ponto, podemos desdramatizar e buscar técnicas
diversas para trabalharmos e superarmos esses traços imaturos, bem como,
desenvolvermos ou adquirirmos traços maduros ou descobrir atributos
conscienciais que sequer imaginávamos ter.
Segundo a Conscienciologia, somos seres multimilenares,
já tendo passado por diversas experiências em períodos de vida anteriores e
períodos intermissivos (entre vidas), utilizando vários veículos ou corpos
(holossoma) para nos manifestarmos tanto nesta dimensão física como em outras
dimensões extrafísicas, realizando trocas energéticas com os ambientes e com
outras consciências. Assim, os traços que apresentamos nesta vida atual, além
da influência genética e mesológica, também sofrem as influências das nossas
experiências passadas, e esses traços muitas vezes milenares, não serão mudados
num passe de mágica. Por isso, faz-se necessário todo um processo de
reeducação, que poderá levar, em casos mais sérios, vários anos para que
possamos observar as superações. O importante é estarmos decididos e não
esmorecermos durante a caminhada. Os resultados compensam, experimentem.
Uma das técnicas que podem ser utilizadas para a
autopesquisa é a autopesquisa através de biografias, quando escolhemos uma personalidade
que nos interessa e observamos os seus traços pessoais, tanto maduros quanto
imaturos, através da sua história de vida, dos feitos realizados, dos
depoimentos existentes sobre ela, da sua forma de relacionar-se com os demais e
de todas as informações disponíveis. Fazemos registros e análises desses traços
e então mudamos o foco do biografado para nós mesmos, passando a observar quais
destes traços identificados nós também apresentamos ou aqueles aspectos de sua
biografia que nos chamaram atenção.
O exercício da análise conscienciométrica do outro, pelo
fato de sermos “apenas” observadores, gera um know how que
facilita posteriormente, o olhar sobre nós mesmos de forma menos emocional e
mais técnica. Podemos então aplicar a técnica autobiográfica, através de
registros de todas as fases da nossa vida, procurando identificar os traços
apresentados em cada uma delas. Em consonância, é possível utilizar outra
técnica de autopesquisa similar/complementar que é a autoconscienciometria,
constituída de quatro etapas: autoinvestigação, autodiagnóstico,
autoenfrentamento e autossuperação.
Segundo Alexandre Nonato, autor do livro JK e os Bastidores da
Construção de Brasília (Sob a ótica da Conscienciologia), “O estudo biográfico
permite ao autopesquisador interessado descobrir as próprias potencialidades
latentes, através, por exemplo, do cotejo e das reflexões sobre os aspectos que
lhe chamaram a atenção na leitura.” Ele considera a autopesquisa como “o estudo técnico e prioritário
de si mesmo, dos trafores (traços força ou maturidades) e trafares (traços
fardos ou imaturidades), tendências, talentos, aptidões, autocorrupções,
levando ao aumento da autocrítica no dia a dia".
Temos hoje a nossa disposição muitas biografias
interessantes a serem pesquisadas, de personalidades que marcaram a evolução da
humanidade, a exemplo da potiguar educadora Nísia Floresta entre outras, que
poderíamos passar a ler com olhos mais aguçados, observando as entrelinhas e
identificando os traços que as tornaram singulares e especiais. Quem sabe com
esse movimento, desenvolvemos também nossas singularidades em prol da nossa
evolução e do grupo evolutivo que chamamos humanidade, e passemos a ter nossa
biografia como referência exemplar para as gerações futuras.
Rute Pinheiro é voluntária,
pesquisadora e professora do INTERCAMPI
Fonte: Site da
Intercampi postado em 20/maio de 2010.
http://intercampi.org/2010/05/20/artigo-autopesquisa-atraves-de-biografias/
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