Thiago Leite
Na Conscienciologia, usamos o termo consciência para nos referir a cada
individualidade que se manifesta através de pensamento, sentimento e energia
(pensene) e que está em constante evolução. Você (bem como cada ser humano) é
uma consciência, e também cada animal sub-humano (princípio consciencial), e até
mesmo aquela consciência, temporariamente sem corpo físico (consciência
extrafísica ou consciex, popularmente
conhecida como espírito), que se encontra num estágio entre duas vidas humanas.
Ou seja, as consciências habitantes do universo coexistem em múltiplos níveis
evolutivos e em várias dimensões (multidimensionalidade).
A condição natural de todas as consciências deste
universo multidimensional se caracteriza pelaisogênese, ou
seja, a igualdade no nascimento (iso, “igual”; gênese, “surgimento”). Toda consciência passa
por um processo evolutivo muito longo, partindo de uma condição rudimentar, de
nascimentos e renascimentos, no qual suas experiências determinam sua
individualidade e a velocidade com que atinge estágios mais evoluídos.
Da mesma forma, toda consciência renasce na vida
intrafísica com as mesmas oportunidades de evolução e de participação na
sociedade e política humanas, bem como na parapolítica multidimensional. Trata-se de um fato, baseado no
princípio de que toda consciência tem a mesma natureza primordial,
independentemente de suas experiências específicas e seu grau evolutivo. No
entanto, essa igualdade de oportunidades será aproveitada de maneira diferente
por cada consciência, a depender de suas experiências passadas, das conquistas que
já acumulou em vidas anteriores e das metas evolutivas que estabeleceu para si
mesma.
A intolerância de qualquer tipo se contrapõe ao movimento
mais sadio da evolução consciencial, em que se compreende a importância da
prática da interassistência sem limites, através da tarefa do esclarecimento
(pela qual se ensina e se assiste através do exemplo e da informação
apresentada com criticidade, sem imposições dogmáticas e sem apelar para o
consolo emocional). A assunção da isogênese pela consciência na convivialidade
é importante para que se evite qualquer tipo de favoritismo baseado em ideias
como raça, etnia, nacionalidade, classe social, gênero e tantos outros
segregacionismos. Cada um de nós é uma pequena peça num imenso mecanismo
multidimensional.
As histórias de amizades que transcendem as barreiras
imaginárias impostas socialmente servem como exemplo de um exercício básico da
compreensão da isogênese e da vivência do fraternismo. A fábula O Príncipe e o Mendigo, do escritor norte-americano Mark
Twain, a ficção científica do filmeInimigo Meu (1985), do diretor Wolfgang Petersen,
e o relato real, levado ao cinema por Akira Kurosawa, Dersu Uzala (1975) são alegorias desse avanço
gradual rumo à maxifraternidade, representado pela amizade entre pessoas muito
diferentes que encontram algo em comum. A amizade fraterna provoca um efeito
halo, servindo de exemplo para a expansão de uma convivialidade mais
universalista.
Compreender a isogênese também implica na necessidade de
superar as limitações da ética e da moral humanas, ainda estreitas, e começar a
desenvolver a Cosmoética, segundo a qual nossas ações são guiadas pelo
princípio: “que aconteça o melhor para todos, em quaisquer dimensões e níveis
evolutivos”. A postura cosmoética deve se caracterizar por uma coerência dos
pensenes, um pensar, sentir e agir fraternos para com todos os outros. Os
preconceitos e os bairrismos não devem ser obstáculos para a interassistência e
a convivência sadia entre todas as consciências no Cosmos (maxifraternismo).
Todos têm os mesmos direitos perante
seus iguais. O exercício da democracia pela política humana tem sido um ensaio
titubeante rumo a uma condição mais avançada de democracia pura, em que a cada
um se dá a oportunidade, igual à de todos os outros, de participar nas decisões
políticas de sua sociedade. Isso não se contrapõe à meritocracia e a
individualidade, já que as consciências têm histórias particulares diferentes e
se destacam diferentemente. Embora as oportunidades sejam iguais, os
aproveitamentos destas são diversas, tanto em natureza quanto em grau, o que
implica que as conquistas evolutivas maiores têm como consequência deveres
maiores para com o conjunto das consciências ao nosso redor.
A democracia tende a se ampliar para a constituição, em
longo prazo, do Estado Mundial, realização humana máxima baseada na
autoconscientização grupal da isogênese, quando se espera que toda a população
da Terra constitua uma única sociedade, com um idioma comum, realizando a
democracia plena em nível planetário. É possível que o Estado Mundial se
ampliará para uma organização ainda maior, se chegarmos a ter contato
intrafísico com povos de outros planetas.
Não obstante, a prática da projeção lúcida da consciência
para fora do corpo humano nos permite entrar em contato com consciências,
também projetadas ou em estágio intervidas, que habitam este e outros planetas
(exoprojeção). Essa experiência extracorpórea mostra que não há limites para a
convivialidade interconsciencial. Nós mesmos, provavelmente, já habitamos
corpos físicos em outros planetas. Já há consciências de todas as partes do
universo em constante intercâmbio assistencial e que não possuem raízes,
participando, na condição de consciências isogenéticas, dos processos
parapolíticos, parassociais, multidimensionais. Somos cidadãos do Cosmos.
Você, leitora ou leitor, lida bem com a diversidade na
igualdade? Já concebe os direitos iguais para todos, independentemente de
nacionalismos, racismos, etnocentrismos, sexismos ou até mesmo planetarismos.
Thiago Leite é voluntário
da Intercampi.
Fonte: Site da Intercampi
postado em 27/janeiro de 2011.
http://intercampi.org/2011/01/27/artigo-igualdade-consciencial/
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