Thiago
Leite
A maioria dos campos de pesquisa que
procuram estudar os fenômenos ditos “paranormais” ou “sobrenaturais” recai no
dogmatismo e no misticismo. Tradicionalmente, no Ocidente, imputa-se às
religiões e ordens esotéricas o monopólio da abordagem da projeção da
consciência (projeção astral), percepções extrassensoriais (clarividência,
clariaudiência e outras) e o uso das bioenergias para processos de cura, entre
muitos outros fenômenos.
O Espiritismo, por exemplo, sendo a
religião que mais se aproximou de um estudo objetivo desses fenômenos, ainda
mantém abordagens dogmáticas e recusa-se a atualizar seus conhecimentos. Nessa
religião, todo e qualquer fenômeno que extrapole os sentidos físicos tem uma
explicação pronta e acabada, inspirada nos escritos de Allan Kardec, que até
hoje a maioria dos espíritas não procurou rever nem refutar, aceitando-os como
palavra sagrada e definitiva.
A Conscienciologia vem dar um passo
além, no sentido de se encarar esses fenômenos como uma realidade próxima a
todos nós, natural e fisiológica, sem nenhum caráter misterioso, místico nem
mítico e totalmente abordável sob um ponto de vista racional e científico.
Mas o que diferencia a
Conscienciologia de outros ramos que estudam essa fenomenologia? O que a torna
uma ciência e não uma religião ou um conhecimento esotérico? Em primeiro lugar,
ela tem um objeto de estudo específico, claro e bem delimitado: a consciência.
Esta é entendida como a realidade subjetiva do universo, ou seja, a pessoa, o
indivíduo, o ego, a alma.
Além disso, tem um paradigma
próprio, baseado num corpo de teorias que abrangem diversos fenômenos
relacionados à consciência. Essa teorias, que juntas compõem o Paradigma
Consciencial, podem ser resumidas em 4 postulados básicos.
Primeiro,
a consciência é multidimensional, ou seja, se manifesta em diversas dimensões.
Segundo, ela é multiveicular, o que significa que possui diversos veículos de
manifestação. A consciência também é multiexistencial, vive várias existências
intrafísicas e extrafísicas. Por fim, ela se manifesta através da energia em
seus diversos graus de sutileza e densidade.
A multidimensionalidade e a
multiveicularidade da consciência implicam na sua manifestação em várias
dimensões e com diferentes corpos, além do corpo físico. A consciência é dotada
de pelo menos 4 (quatro) veículos: o corpo humano ou soma, que se manifesta na
dimensão intrafísica; o corpo emocional ou psicossoma, manifestando-se na
dimensão extrafísica; o corpo energético ou energossoma, na dimensão
energética, “ligando” o soma ao psicossma; e o corpo mental ou mentalsoma, o
corpo do discernimento, nativo da dimensão mentalsomática, a mais sutil.
Nessa perspectiva, a consciência
pode experimentar, por exemplo, a vivência da dimensão extrafísica,
utilizando-se do psicossoma, conhecido no Espiritismo como perispírito ou corpo
astral. A existência do psicossoma e da dimensão extrafísica em que ele se
manifesta explicam diversos fenômenos relatados por muitas pessoas em diversas
partes do mundo. Em especial, explica a projeção da consciência, ou seja, a
saída da consciência fora do corpo humano e a experiência de atravessar o
espaço sem barreiras físicas.
Essa teoria também abarca o fenômeno
do encontro extrafísico, ou seja, o fato de a pessoa encontrar um amigo ou
parente na dimensão extrafísica e compartilhar a experiência, que é rememorada
(parcial ou completamente) por ambos, a posteriori. Ou ainda o fato de a
consciência testemunhar um evento longe do local em que repousa seu corpo físico,
confirmando-o depois, o que seria impossível numa abordagem estritamente
intrafísica, que considera apenas os 5 (cinco) sentidos do corpo humano.
O Pradigma Consciencial considera
ainda que a consciência continua existindo mesmo depois da morte do corpo
físico (dessoma). Nessa condição, a consciência se manifesta principalmente na
dimensão extrafísica, sendo chamada de consciência extrafísica (consciex). No
ciclo multiexistencial e evolutivo da consciência, ela retorna à dimensão
intrafísica através da ressoma, ou seja, assumindo um novo soma. Embora
normalmente não se recorde de sua existência passada, ela guarda na memória do
mentalsoma todas as suas experiências pretéritas, que podem ser acessadas mais
facilmente na projeção do corpo mental, ou seja, quando a consciência está se
manifestando na dimensão mentalsomática.
Outro aspecto que demonstra o
cientificidade da Conscienciologia é a abordagem própria de pesquisa. Ao
reconhecer o caráter único do fenômeno consciencial, a Conscienciologia
considera que só há uma forma possível de se estudar seu objeto de estudo, a
autopesquisa, ou seja, a própria consciência é ao mesmo tempo sujeito e objeto
de pesquisa.
Uma das implicações sérias dessa
perspectiva é que todo e qualquer interessado nessa ciência pode experimentar e
desenvolver os diversos fenômenos multidimensionais, ao contrário da maioria
dos ramos dogmáticos do saber, que reservam a um grupo especial (os sacerdotes,
os médiuns, os iniciados) a manifestação desses fenômenos.
Por outro lado, a Parapsicologia
também se propõe fazer um estudo científico dos fenômenos conscienciais. No
entanto, as dificuldades de se avançar nessa área se devem justamente ao fato
de os parapsicólogos permanecerem numa abordagem intrafísica e de
heteropesquisa (ou seja, o pesquisador procura não se envolver com o objeto de
estudo).
Um dos requisitos para que
determinada teoria seja considerada científica é sua capacidade de abarcar o
maior número de fenômenos possível. Esse princípio é chamado na Filosofia da
Ciência de Navalha de Ockham, e postula que, entre duas teorias, deve-se dar
preferência à mais simples e a que explica mais fatos. A Conscienciologia, a
partir do Paradigma Consciencial acima descrito, consegue abordar dezenas de
fenômenos diferentes, como a clarividência (enxergar fatos ocorrendo à
distância), a telepatia, a retrocognição (rememoração de experiências de outras
vidas), a precognição (previsão de possíveis fatos que ainda não ocorreram), a
cura através de passes e a incorporação de consciências extrafísicas pelo
médium, entre muitos outros.
As teorias conscienciológicas podem
ser averiguadas ou refutadas através da autoexperimentação, baseada no
princípio da descrença: não acredite em nada, nem mesmo no que está escrito
neste artigo; experimente e promova suas próprias vivências pessoais, com
abertismo e criticidade.
Para saber mais sobre este tema,
consulte o livro Projeciologia – Panorama das Experiências da Consciência
fora do Corpo Humano, de autoria de Waldo Vieira. A obra pode ser
encontrada no site Shopcons (www.shopcons.com.br)
ou em uma unidade do INTERCAMPI.
*Voluntário do INTERCAMPI em Recife
Fonte: Site da Intercampi, postada em 26/janeiro de 2012.
http://intercampi.org/2012/01/26/por-que-a-conscienciologia-e-uma-ciencia/
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